terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Os Melhores do Ano 2014


O ano está acabando e decidi fazer algo que nunca fiz nesses 4 anos de Rock'N'Prosa, listar os melhores do ano. Mas, por onde começar? Não dá para separar categorias. Então, decidi pegar um pouco de tudo: metal e rock nacional e internacional. Incluí tudo no mesmo pacote e eis que vamos montar essa seleção aqui no blog. Espero que gostem.

Para começar esses comentários nada melhor do que um momento histórico. Quando comecei a escutar rock/metal (o que inclui todas as vertentes) o Pink Floyd, uma de minhas bandas favoritas, já havia acabado. Nesse ano, tive a oportunidade de vivenciar um lançamento de um álbum do Pink Floyd, de todas as formas possíveis -- com o anúncio das músicas, a premiere do clipe, os formatos lançados, etc. -- o que aumentou ainda mais o grau de incersão nessa experiência. Instrumental -- chato ou não --, é Pink Floyd, e isso merece respeito. Escutei o álbum Endless River (2014) e gostei. É uma experiência diferente de tudo o que o Pink Floyd proporcionou em sua discografia. Certamente é um álbum para ter na coleção, não só pela qualidade das composições (que, diga-se de passagem, o processo de montagem -- a partir dos fragmentos de gravações do Division Bell (1993) -- ficou coerente, gerando músicas muito boas), mas pelo teor histórico também, por termos uma obra póstuma de Rich Wright.
capa do Endless River (2014).
Ainda na levada do progressivo, o Opeth nos apresentou o Pale Communion (2014) neste ano de 2014. Um dos álbuns mais "prog" de sua discografia, com ausência completa de vocais guturais. A riqueza musical é muito grande no álbum, com poucas partes pesadas, mas muitas partes marcantes, por assim dizer. A faixa-introdutória Eternal Rains Will Come, foi uma das músicas que mais escutei nesse ano, a sequência instrumental é fantástica. Esse álbum recebeu nota 10 na maioria das resenhas realizadas, e só não recebeu aqui no Rock'N'Prosa porque não costumo colocar notas nos álbuns.
capa do Pale Communion (2014).
Pegando o navio para o Brasil, tivemos o lançamento do Noturnall (2014). Uma nova banda formada pelos ex-integrantes do Shaman e Aquiles Priester. Banda pesada, sem amarras -- pelo menos complemamente -- do metal melódico. Composições maduras e marcantes, como Nocturnall Human Side e Hate!, músicas que certamente se tornarão clássicos dessa banda. Eles lançaram um DVD, com o primeiro show, em São Paulo/SP, e estão em turnê pela Europa, depois de fazer uma turnê pelo Brasil. Os desejos do Rock'N'Prosa é que eles cresçam ainda mais, porque presenciei a quantidade e zelo que eles têm com o trabalho. Ficaremos no aguardo de mais um álbum.
capa do LP Noturnall (2014).
Ainda no Brasil, uma banda que vem ganhando muita atenção, principalmente pelo seu profissionalismo é o Project46. O álbum Que Seja Feita a Nossa Vontade (2014) traz uma qualidade em composições muito grande, e melhor, pesadas! É muito difícil fazer música pesada de qualidade, porque normalmente só escutamos um barulho, sem distinguir os instrumentos, e isso não acontece com o Project46. Só tenho uma coisa para dizer: Anotem esse nome. Com certeza, daqui a alguns anos, essa banda será o maior destaque do metal nacional.
capa do Que Seja Feita a Nossa Vontade (2014).

capa do ...In the Dock (2014).
Ainda nessa levada do Project46, trazendo a peteca para o Rio Grande do Norte, tivemos o lançamento do ...In the Dock (2014), pelo Bones in Traction. O excelente EP de estréia deles traz muita diversidade musical, dentro do universo pesado do Pantera, e também é um dos destaques do ano. Eles já devem estar trabalhando no seu próximo álbum e promessas de muita coisa boa vêm por aí, também fiquemos no aguardo.



capa do Blind Rage (2014).
Para encerrar essa lista de melhores do ano, fiquemos com essa banda que já foi grande, encerrou as atividades e decidiu voltar produzindo os melhores álbuns de toda a sua carreira, o Accept. Foram obras atrás de obras, Blood of the Nations (2012), Stalingrad (2012), um melhor do que o outro, e agora, Blind Rage (2014). Não é segredo para ninguém que o Accept é um dos maiores destaques do metal mundial na atualidade. O Blind Rage (2014) não é o Blood of the Nations (2010) -- o melhor álbum de TODA A CARREIRA do Accept, não tenho medo de admitir isso -- mas, ainda é um excelente álbum e um dos maiores destaques desse ano de 2014. Stampede compete junto com Teutonic Terror e Metal Heart no posto de clássico do banda.



É isso, web-leitores, espero que tenham gostado. Se por acaso esqueci de algum álbum, fiquem à vontade para sugerir aqui nos comentários. Até 2015!!

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Dica, Resenha...Escute esse negócio!


Faz muito, muuuuito tempo mesmo que estou devendo esse resenha aqui no blog. Dívida mesmo, sei que não ganhei (nem ganho) nada com o blog, nem cobro por isso. Nunca ganhei um CD de presente para ser resenhado, etc, mas, faço tudo porque gosto mesmo, nunca vou exigir isso de ninguém. 

Ainda era 2011, quando subindo no palco pela primeira vez com o Godhound, enquanto estava nervoso pensando no show, uma banda chamada Dead Pixel estava tocando um grunge no palco do Dosol, em Natal/RN, terminando o show, as figuras descem do palco e dizem: "Botem para descer lá, galera!".

Naquele dia, a banda formada por Rafaum Costa e Thassio Martins -- não lembro se Andola estava na bateria na época -- estava fazendo um show pela primeira vez com o nome de Mad Grinder, fato que eles enalteceram lá no show. Continuei esbarrando com o Mad Grinder nos rock'n'roll's dos domingos em Mossoró/RN, no Carcará, ou nos sábados no Centro Cultural DoSol Mossoró -- o contato com o som da banda foi só aumentando.
Mad Grinder (da esquerda para a direita): Andola Costa, Rafaum Costa e Thassio Martins.
Não sou um grande fã de grunge, nunca fui muito do lado "Nirvana" (fui para o lado "Iron Maiden" na época), mas aprendi a respeitar e melhor, curtir o som do Mad Grinder. A banda pareceu querer ensinar isso quando lançou em 2013 o EP Smoke (2013). O EP traz uma sonoridade "crua", comparado com o que vinha depois -- mas, esqueci de adicionar o "instigante" à descrição --, como a clássica (dêem-me licença para considerar essa música assim, porque realmente o é) Black Sunday. O agudo do refrão é algo que levanta o cabelo do braço, e ao vivo, é melhor ainda do que no CD. Ela é uma música que sempre gosto de escutar, e aponto -- já no primeiro trabalho -- como um dos pontos mais altos da carreira do Mad Grinder. Outro destaque é a sempre presente nos shows, Billy, foi um encerramento para o EP à altura. De todos os trabalhos deles até agora, esse EP foi o que mais escutei, e tenho orgulho de ter minha versão autografada por Rafaum, é algo que guardo na coleção.
capa do Hitting Around (2013), arte de Sabrina Bezerra.
Ainda em 2013, agora mais perto do fim do ano, o Mad Grinder lança outro álbum, agora um álbum de inéditas. Na verdade, o Smoke (2013) foi gravado em 2012, mas só lançado em 2013, as músicas eram mais que conhecidas de todos, que iam aos shows desde 2011. Entretanto, com Hitting Around (2013), o Mad Grinder nos apresentou uma sonoridade diferente, um som amadurecido pelos shows em 2012/2013. A emblemática I'm Fine, outra de minhas favoritas, abre esse novo álbum, continuando com Hitting Around, outra sempre presente nos shows. O riff de Hitting Around fica grudado na sua cabeça e o refrão, onde Thassio e Rafaum cantam juntos, ficou muito bom. Um dos pontos que mais gosto do Mad Grinder, e tento trazer isso para meus projetos também, é a alternância nos vocais. Thassio possui um vocal mais "Kurt Cobain" e Rafaum tem uma voz mais limpa, mas, que fica rasgada quando preciso. O entrosamento do power trio é indiscutível, o show é bastante centrado, sem lacunas. Continuando no álbum, a sombria Mr. Doom encerra de maneira pesada (está pensando que grunge não tem peso? Estou dizendo isso para mim mesmo). Gostei muito do riff dessa música, com um pouco de notas dissonantes aliadas a um vocal rasgado e agudo. O ponto principal de Hitting Around (2013), para mim, é a complexidade da parte instrumental. O que o antecessor tinha de "cru" -- no sentindo de ser direto ao ponto, gerando músicas fáceis de ouvir -- esse novo tem de complexo. As músicas ganharam meio que um ar "prog", por assim dizer, o que -- na minha opinião -- enriqueceu e muito o som do Mad Grinder.
capa do Cold Tombstone (2014).
Essa riqueza no som foi trazida para o Cold Tombstone (2014), EP lançado em 2014 e trabalho mais recente do Mad Grinder. Devido aos caminhos da vida, acabei perdendo um pouco do contato com toda a cena do rock, isso também é resultado do fechamento do DoSol Mossoró. Depois de todo o ano, acabei tendo contato novamente com eles no Festival DoSol 2014, onde adquiri a minha versão do EP. Logo de cara, percebi um tratamento totalmente diferente da produção, com a introdução de novos efeitos nas músicas, resultado da experiência que eles foram adquirindo -- fizeram até turnê nacional e pela América do Sul nesse período. Tudo isso que falei está retratado em Old Tales, meio que mistura o Mad Grinder "cru" do Smoke (2013), com o moderno "prog" do Hitting Around (2013), foi muito bom o resultado. O EP ainda traz a nova "Black Sunday", a já -- para mim -- clássica, Jr. A primeira vez que escutei ela foi no show do Festival DoSol, e lembro que assim que entrei no carro, saí procurando ela no CD, para escutar novamente (na época não sabia o nome da música). A música traz uma introdução poderosa, com um riff marcante, com toda aquela atmosfera grunge (novamente digo, não tenho autoridade no assunto, pode ser que esteja comentendo algum deslize). O vocal de Thassio abre a música, começando grave e depois indo para o agudo, enquanto mantém a mesma base -- sou muito fã dessa técnica -- chegando, logo em seguida, no também marcante, refrão. Ela não tem o agudo de Black Sunday, mas o é refrão forte. Novamente digo, é um forte candidato a clássico. O EP ainda traz a quase-acústica Killing my Ghosts, que inclui uns efeitos um pouco distorcidos, gostei do trabalho que foi feito com a bateria, deixando o som bem de fundo, meio que abafado (com volume reduzido). Encerrando esse trabalho, temos a sombria Something More, dizendo que -- com perdão para o trocadilho -- vem mais por aí.

A banda está ainda na ativa e novos trabalhos virão, com certeza. A expectativa é que próximo ano eles lancem um álbum, já que tivemos um EP esse ano -- Rafaum tinha me dito há certo tempo que tentariam manter esse ritmo. Vamos torcer para que continue. O que gosto de ver diversos trabalhos assim é ver o amadurecimento da banda entre um trabalho e outro, isso é o que gera a expectativa por um próximo álbum.

Então, web-leitor, você que chegou até aqui nessa dica misturada com resenha de toda a discografia do Mad Grinder, só me resta dizer: Para de ler e...Escute esse negócio!!