sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Aquilo que um dia acabou


Às vezes eu sento e fico pensando em parar. É um gesto simples, basta abrir a página e fechar o seu acesso. Mas, eu começo a pensar em tudo o que passei com o blog, em como ele me ajudou a passar o tempo, a externar minha opinião. São nessas horas que tiro esse pensamento "excluidor" da cabeça. O ritmo de atualizações não está bom, mas me esforço para voltar ao máximo a publicar. O Rock'N'Prosa não é minha fonte de renda, e nunca será, porque ele começou e sempre será independente. Meu tempo, atualmente, está dividido entre a produção acadêmica -- no meu emprego como professor (e pesquisador) --, produção literária (na minha nova aventura como escritor) e produção musical (com os álbuns vindouros do Godhound, Rentry e Folie a Deux). Com isso tudo o blog acabou por "pagar" um pouco do preço.

Essa enxurrada de projetos acabam por tirar um pouco da criatividade para novas publicações, e acabou que, no meio da escrita dessa postagem surgiu uma ideia para uma publicação.

Durante essa trajetória do rock'n'roll, muitas bandas começaram, tiveram seu auge e simplesmente surgiram. Uma delas voltei a escutar recentemente, depois de muito tempo.

Uma das primeiras bandas que escutei de rock foi o Nevermore. Na época, por volta do início dos anos 2000 -- estou até soando "velho" ao pensar nisso -- eles tinham tudo para ser os herdeiros do legado do rock. O bastão segurado pelos Metallica's e Iron Maiden's certamente seria do Nevermore, era a minha impressão.
Jeff Loomis, a máquina de riffs do Nevermore.
Warrel Dane e sua voz singular.
Escutei muitas vezes o Dead Heart in a Dead World (2000), faixas como Narcosynthesis imbuíram um peso grande na minha formação rock'n'roll, lugar que não tinha espaço -- para quem começa a escutar. Believe in Nothing, "baladinha" e primeira faixa que escutei deles, até hoje é uma das minhas favoritas. E, o que falar da -- mais nova, para mim -- The Heart Collector? Uma faixa completa, por assim dizer, que dá vontade de cantar alto sempre que escuto.

Seguindo mais no tempo, me vejo com o Enemies of Reality (2003), do grande Dalmo, nas minhas mãos. Aquela capa forte, com aqueles vermes saindo da boca da pessoa. Álbum com a mesma linha do antecessor, trazendo peso em Enemies of Reality e a clássica do DVD da Rock Hard, Who Decides. A balada -- marca registrada dos trabalhos do Nevermore -- Tomorrow Turned Into Yesterday também abrilhanta o trabalho.
capa do Enemies of Reality (2003).
Fechando o ciclo, para mim, infelizmente, porque foi justamente o ponto onde perdi contato com eles, vem o This Godless Endeavour (2005). Capa "dark", como é típico, e faixas pesadas, como também é típico. A rápida Born, lembrando os tempos de Narcosynthesis e a emblemática Final Product, com um dos melhores clipes que já vi até hoje.
capa do This Godless Endeavour (2005).
Olhando para a história do Nevermore, sempre achei esse álbum como uma despedida. Logo após seu lançamento veio o esperado DVD The Year of the Voyager (2008), show em casa de show pequena, muito explosivo e recheado de clássicos. Esse DVD, adquirido recentemente, foi o que motivou a minha volta ao Nevermore, desde 2005 eu não ouvia nada a respeito deles e esse produto -- produto final? -- atiçou essa vontade pelo peso de sua música novamente. Vendo hoje o que aconteceu com a banda. eles lançaram o The Obsidian Conspiracy (2010) antes de encerrar de vez as atividades da banda. O guitarrista Jeff Loomis, responsável pelos grandes riffs da banda, foi a mola mestra no processo, ao decidir deixar a banda.

Felizes de nós que acreditamos na imortalidade da música. As ondas sonoras produzidas não podem ser interrompidas, mesmo hoje sem o Nevermore, podemos parar e escutar sua obra, vivenciando esses grandes clássicos. Assim como Alcione mandou não deixarmos o samba morrer, nós, como fãs de música, não devemos deixar o metal morrer. Vida longa à música.

Para celebrar, fiquem com o clipe de Final Product, do This Godless Endeavour (2005).


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