sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Mais imortais do que nunca


Finalmente parei para assistir -- depois de escutar apenas uma vez o 13 (2013) -- o mais recente DVD do Black Sabbath, Live...Gathered in their masses (2013). A minha expectativa não era grande, dada a idade dos mestres do heavy metal, mas acabei por me surpreender.

O principal propósito do show do Black Sabbath é apenas reunir os fãs em torno de um único elemento: a música. A música do  Black Sabbath é a atração principal do show. Não é Tony Iommi, com seus riffs sensacionais; não é Ozzy com seus pulos e baldes de água; não é Geezer Butler com seu drive poderoso no baixo; e nem Tommy Clufetos, substituindo Bill Ward, e roubando a cena na bateria -- fazendo um show a parte. 
capa do DVD/Bluray Live...Gathered in their Masses (2013).
A música parece ter vida própria, ela carrega toda aquela energia gerada desde o Black Sabbath (1970). Não tem como não se arrepiar quando War Pigs começa a soar e o público a cantar, ou quando o sino anuncia Black Sabbath e o Geezer começa N.I.B. A banda destrinxa -- durante 1 hora e 40 minutos -- seus grandes clássicos dos anos 70 (da fase Ozzy), com espaço ainda para Sympton of the Universe, Faries Wear Boots, Children of the Grave e Iron Man. Novamente, músicas com vidas próprias. Basta escutar para sentir a energia. O show ainda abriu espaço para músicas novas, do recém-lançado 13 (2013), primeiro álbum de inéditas da formação clássica do Black Sabbath desde 1979, destaque para as poderosas End of the Beginning e God is Dead?, magistralmente executadas ao vivo.

Assistindo as primeiras imagens do show, esqueci na mesma hora que Bill Ward não estava ali. Tommy conseguiu assumir o seu papel na banda -- como músico convidado -- mas, executou as músicas de um jeito brilhante (e com um pegada forte) que fez todos os fãs do Sabbath pensarem a mesma coisa. Estilo de tocar simples, sem muito "enfeite" (como qualquer baterista tentaria fazer), o que resultou em pegadas marcantes e poderosas para a bateria.

A execução de Geezer e Tony está excelente, como sempre, e o vocal de Ozzy, bem, o mesmo de sempre (para você que me entende). No final do show, a introdução de Sabbath Bloody Sabbath abre espaço para Paranoid, maior clássico do Black Sabbath, por assim dizer.
Black Sabbath ao vivo (da esquerda para a direita): Geezer Butler, Ozzy Osbourne e Tony Iommi.
Enquanto o Black Sabbath deixava o palco, imaginei o tamanho daquela relíquia que tinha ali nas minhas mãos. Esse show será algo que ficará marcado para sempre na história do rock, sem querer puxar o saco. Aquilo não é um show qualquer, é um show da maior lenda do rock'n'roll (ou heavy metal), na turnê de um álbum de inéditas -- é algo para celebrar, com certeza. Se virão mais álbuns? Dificilmente. Mais shows? A mesma coisa, pouco provável, dada a idade dos integrantes.

O que fica para mim, que não pude ir ao show deles no Brasil, é a lembrança daquele período. O período em que um dos maiores expoentes da música voltou à vida e mostrou um pedaço de sua arte (e poder) para todo o mundo, não só para os que viram ao vivo, mas para os que viveram aquele período do ano de 2013, marcado pelo lançamento do álbum e turnê.

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