quinta-feira, 24 de abril de 2014

Nós também fazemos covers pt. VII


Já faz quase um ano que não dou continuidade à coluna dos "covers" aqui no Rock'N'Prosa. Mas, antes tarde do que nunca, não?

Na verdade, já tinha até esquecido dessa série de postagens, mas ao escutar o novo álbum do Iced Earth, Plagues of Babylon (2014), voltei a me lembrar dela. Ainda estou devendo a resenha do álbum, que diga-se de passagem, é um grande álbum - superior ao Dystopia (2011), na minha opinião.

No final do álbum, o Iced Earth decidiu fazer um cover de um dos maiores hinos do country, Highwayman, do Jimmy Webb.

A música original é cantada pelo supergrupo "The Highwaymen", formado por Willie Nelson, Johhny Cash, Waylon Jennings e Kris Kristofferson. Claro que o Iced Earth manteria a ideia do "supergrupo", então, gravou a sua versão com Russel Allen (Symphony X), Michael Poulsen (Volbeat), Stu Block (Iced Earth) e Jon Schaffer (Iced Earth).

A versão ficou excelente, ficou "metal", mas com um ar "country" por trás. Confira abaixo a versão original de Highwayman:


 

E agora a versão do Iced Earth:
 
 
HIGHWAYMAN
 
Willie Nelson/Michael Poulsen
I was a highwayman
Along the coach roads I did ride
With sword and pistol by my side
Many a young maid lost her baubles to my trade
Many a soldier shed his lifeblood on my blade
The bastards hung me in the spring of twenty-five
But I am still alive

Kris Kristofferson/Russel Allen
I was a sailor
I was born upon the tide
And with the sea I did abide
I sailed a schooner round the Horn to Mexico
I went aloft and furled the mainsail in a blow
And when the yards broke off they said that I got killed
But I am living still

Waylon Jennings/Stu Block
I was a dam builder
Across the river deep and wide
Where steel and water did collide
A place called Boulder on the wild Colorado
I slipped and fell into the wet concrete below
They buried me in that great tomb that knows no sound
But I am still around
I'll always be around, and around and around and around and around...

Johnny Cash/Jon Schaffer
I'll fly a starship
Across the Universe divide
And when I reach the other side
I'll find a place to rest my spirit if I can
Perhaps I may become a highwayman again
Or I may simply be a single drop of rain
But I will remain
And I'll be back again, and again and again and again and again...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A música deve sobreviver


Nos últimos dias todos vivenciaram episódios ligados ao AC/DC, passando desde a euforia de um possível sucesso do Black Ice (2008), até recentemente o anúncio do fim da banda. O mentor e guitarrista - irmão do Angus - Malcolm Young, devido a problema com álcool, não estava mais conseguindo ter a mesma agilidade na guitarra que tinha antes, nem mesmo para fazer as bases (o que normalmente faz no AC/DC). Com a limitação de um dos criadores da banda, todo o planejamento que vinha sendo feito acabou por se dar por encerrado.

Mas, meus amigos, a música deve sobreviver. Não importa a situação em que você esteja, das dificuldades que apareçam no seu caminho...continue em frente. A luz sempre estará ali.

Com o AC/DC não é diferente, a banda já passou por várias situações que poderiam marcar o fim da banda, mas eles continuaram. Lançaram álbuns ruins, álbuns bons - e álbuns iguais, por assim dizer. Mas, eles sempre estavam ali no palco executando Highway to Hell e Let There Be Rock para os fãs. Digo novamente, a música deve sobreviver.

Devemos sobreviver para cantar mais uma vez Thunderstruck. Devemos sobreviver para pular mais uma vez no final de For Those About to Rock. Devemos sobreviver, web-leitores, para subir nesse trem do rock'n'roll e esquecer o nosso mundo, nem que seja por algumas horas.

Nessa última semana me deparei com uma notícia simples que me trouxe à tona tudo isso. Uma simples postagem no twitter oficial da banda: "O AC/DC vai continuar a fazer música". Nem mais, nem menos. Isso não quer dizer explicitamente uma turnê, mas já é um grande passo para uma banda que estava fechando suas portas. O que fica de desejo para o AC/DC é que continuem a produzir coisas boas e peguem esse "Highway to Hell" para espalhar seu som.

Sobreviveremos a tudo, basta acreditarmos em nossos ideais.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Resenha de shows: Iced Earth (Auckland, Nova Zelândia - 18/03/14)


O Rock'N'Prosa hoje vai atravessar o Oceano Pacífico e desembarcar em Auckland, maior cidade da Nova Zelândia. Viagem muito cansativa, saindo de Mossoró/RN, passando por Fortaleza/CE, Rio de Janeiro/RJ, Santiago (no Chile) e depois de 30 h de viagem, Auckland. O dia foi uma terça-feira, dia ensolarado e não muito frio nas terras Kiwis. O Iced Earth, uma das minhas bandas favoritas, estava excursionando pela Austrália, e pela primeira vez estava fazendo um show na Nova Zelândia. A banda recentemente lançou o Plagues of Babylon (2014), álbum tema da World Plagues Tour, que recentemente passou pelo Brasil também.

O show foi realizado no The Studio, casa de shows de médio porte localizada próxima à Queen Street, principal rua da cidade. Aproximadamente às 18:00, horário local, a equipe Rock'N'Prosa rumou para o local do show para bater um rápido com Jon Schaffer e Luke Appleton, guitarrista (e mentor) e baixista do Iced Earth, respectivamente. O principal assunto foi o que estávamos passando naquela hora, "jet lag". Querendo ou não, são 16 horas de diferença entre os fusos do Brasil e da Nova Zelândia. Luke disse que a principal tática é dormir sempre que possível. Só assim eles conseguem tocar em Auckland e em São Paulo, por exemplo, com a mesma energia.

A banda de power metal Stormforge, de Auckland mesmo, abriu a noite. O repertório foi inteiramente autoral, trazendo as músicas do seu EP Sea of Stone (2014). Show muito bom, a habilidade dos músicos é condizente com aquilo que o estilo exige. O som tem fortes influências do Blind Guardian. Vou esperar pelos próximos trabalhos para ver melhor o direcionamento da banda.
Iced Earth no palco. (foto: Kael Freire)
Sem muitas delongas, após o show de abertura, roadies no palco arrumando os últimos detalhes. E, depois de pouco tempo, começam a soar os primeiros acordes de Plagues of Babylon, faixa-título do mais novo trabalho do Iced Earth, nos auto-falantes. John (Dette, novo baterista do Iced Earth) entra no palco e se arruma na bateria para logo depois Jon, Luke e Troy acompanharem com muito peso. O destaque inicial do show vai para o som. A música Plagues of Babylon ganhou muito mais peso ao vivo, uma grande abertura de fato para o show. Com um pouco de instrumental, Stu logo invade o palco e começa a cantar - e que voz!!

O show segue com Democide, também do Plagues of Babylon (2014) e depois V, do Dystopia (2012). Todas soaram muito bem ao vivo, e naquele ponto, o público já estava curtindo muito o show. Impressionante a energia que eles conseguem transmitir, não tinha sentido isso assistindo aos vídeos dos shows anteriores, disponíveis no YouTube. Depois vieram logo duas pedreiras, If I Could See You - uma das minhas favoritas do novo álbum -, música que o Stu "agradeceu" ao Jon por ter escrito e um clássico do meu primeiro álbum do Iced Earth - o Dark Saga (1996) - The Hunter. Simplesmente incríveis as músicas, peso e melodias perfeitas. A clássica Burning Times, seguida de Red Baron/Blue Max deram continuidade ao show, mas o melhor vinha logo depois.
Jon Schaffer, Stu Block e John Dette. (foto: Kael Freire)
Uma pequena pausa. Fazem muitos anos que acompanho os set-lists dos shows do Iced Earth, uma das minhas bandas favoritas, mas que nunca tínha tido a oportunidade de ver ao vivo. Nessas últimas turnês, a banda tocou de tudo menos essa música que viria. O último registro de Blessed Are You que eu tinha era no Alive in Athens (1999), e mesmo assim, a versão era normal em meio às outras músicas. Mas, não naquela noite. A música ganhou uma atmosfera diferente, um peso a mais. Um ar de nostalgia tomou conta de mim, me lembrando das tardes em casa escutando o Something Wicked This Way Comes (1998) no último volume. Foi a melhor do show. Confesso. Por todos esses elementos. Queria poder transmitir tudo isso aqui nas palavras, mas não é possível.

Após esse momento épico, o show continuou com Vengeance Is Mine e a nova - e também candidata a próximo clássico - Cthulu, do Plagues of Babylon (2014). My Own Savior, que não ganhou a mesma energia que tinha na voz de Matt Barlow, foi a próxima, seguida de - para fazer inveja ao pessoal que foi no show do Brasil - The End?, faixa que encerra a primeira parte conceitual do novo álbum. Para encerrar a primeira parte do show, a minha música favorita do Iced Earth de todos os tempos - confirmada no set por Luke antes do show, em nossa conversa - A Question of Heaven. Ela foi tudo aquilo que eu achei que seria e mais um pouco. Merecidamente risquei ela da "lista de músicas para se ver ao vivo antes de morrer".
Luke Appleton (baixo) e Troy Seele (guitarra). (foto: Kael Freire)
Encerrada a primeira parte do show, a banda deixa o palco e volta para o bis logo executando Dystopia - é, não tivemos The Coming Curse também, para quem estava acompanhando. Watching Over Me, um dos maiores clássicos do Iced Earth, foi executada brilhantemente e o show foi encerrado, como de costume, com o famoso "Iced Motherfuckiiin' Eaaaaarth".

O show veio confirmar o Iced Earth como um dos maiores nomes do heavy metal na atualidade. A forma dos caras está melhor do que nunca. O que fica de torcida é que continuem o trabalho e mantenham a bandeira tremulando.

  
#Set-list do STORMFORGE
 
1.Intro
2.Imolation to Infinity
3.As the Nightsky Burns
4.Death Sings in the Night
5.Sea of Stone


#Set-list do ICED EARTH

1.Plagues of Babylon
2.Democide
3.V
4.If I Could See You Now
5.The Hunter
6.Burning Times
7.Red Baron/Blue Max
8.Blessed Are You
9.Vengeance Is Mine
10.Cthulu
11.My Own Savior
12.The End?
13.A Question Of Heaven
-----
14.Dystopia
15.Wathing Over Me
16.Iced Earth
(Gettysburg: High Water Mark)