terça-feira, 11 de março de 2014

Uma assinatura para o seu som pt. I


Todos os dias vemos na televisão e jornais propagandas de produtos produzidos em série. Promoções, versões, tudo vem aos montes. É um carro novo da Chevrolet, um sorvete novo da Kibon...por aí vai. No mundo da música não é diferente, os instrumentos também são produzidos em série, e quando edições limitadas são lançadas, é claro que o preço aumenta.

Mas, vamos à situação. Você já imaginou que a Ford, por exemplo, montasse um carro com suas especificações (tamanho do banco, volante, etc.) e ainda colocasse o seu nome nele? Bem, deixando os carros de lado, os músicos com maior expressão no mundo são "patrocinados" pelas grandes marcas e acabam por ganhar modelos "signatures". O que é exatamente isso? É exatamente o "carro da Ford", só que aplicado a um instrumento musical. As marcas mudam tamanho do braço, captadores, madeira, pintura da guitarra, etc. Tudo para se adequar ao máximo ao gosto do respectivo guitarrista.

Portanto, hoje, web-leitores, vou fazer uma lista rápida dos modelos "signature" (ou "assinados", como queiram chamar) que mais gosto no mundo do rock'n'roll. Não vou me prolongar muito para não deixar a postagem muito extensa.

Para começar, um modelo Stratocaster da Fender feito sob medida para o mestre do "feeling". O modelo foi oficialmente lançado em 1988 e possui corpo confeccionado em alnus e escala em bordo. Os captadores também foram escolhidos a dedo por Eric Clapton, para manter o seu som "vintage".


Fender Stratocaster Eric Clapton.
Eric Clapton com sua série de amplificadores assinados e guitarra.
Já que comecei com um "bluesman", outra guitarra fantástica é a assinada pelo grande Joe Bonamassa. O modelo produzido pela Gibson é confeccionado em mogno e bordo, resultando em um som "encorpado". A guitarra utiliza um captador Seymour-Duncan também assinado pelo Joe Bonamassa, o que faz dessa guitarra uma peça única no mundo.
Gibson Les Paul Joe Bonamassa series.
Joe Bonamassa, um dos maiores nomes da atualidade do blues rock.
Caminhando agora para o lado mais pesado.Um dos guitarristas mais versáteis da atualidade para mim é o Zakk Wylde. Primeiramente tocando com o Ozzy Osbourne e posteriormente no Pride & Glory e Black Label Society. Não sei se influenciado pelo Randy Rhoads, mas as guitarras com assinatura do Zakk, produzidas pela Gibson, além de trazerem - os tão sonhados - captadores EMG Zakk Wylde, possuem uma pintura bem características em preto e branco. O que acho interessante é que os modelos assinados por ele não vêm com pintura por trás do braço da guitarra (como normalmente as guitarras vêm), isso segundo o próprio Zakk, é porque ele gosta de sentir a madeira do braço, enquanto toca. Como diz o velho ditado: "Tem gosto para tudo.".
Gibson Les Paul Zakk Wylde signature.
Zakk Wylde, durante um show do Black Label Society.
Um modelo bem particular de guitarra é a Sky 7-String, produzida pela Dean Guitars, sob a batuta do Uli Jon Roth, ex-guitarrista do Scorpions. A guitarra de 7 cordas (e diga-se de passagem, Uli foi um dos primeiros guitarristas a usar 7 cordas na guitarra) é produzida em mogno, com o topo de bordo. O formato é bem excêntrico, diferente de todas as outras guitarras que já tinha visto. O modelo ainda inclui uma fonte embutida e ponte móvel (para o mestre do solo não exitar em usar a alavanca).

A fantástica Uli Jon Roth Sky 7-String.
Uli Jon Roth.
Decidi dividir essa postagem em diferentes partes, para não deixar muito longa. Como vocês podem ver, o mundo das guitarras assinadas é bastante extenso. É claro que ficou muita gente de fora, então, enquanto nos preparamos para a segunda parte da postagem, podem se sentir à vontade de sugerir seus modelos favoritos de guitarra assinada.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Uma dupla da pesada


Não, isso aqui não é a Sessão da Tarde. Se bem que poderia ser, não? Então vamos começar a postagem no melhor estilo Sessão da Tarde: "Essa galerinha do barulho vai se meter em altas confusões de tirar o fôlego e vão contar ainda com uma ajuda boa pra cachorro (filme de Sessão da Tarde sem cachorro, não é Sessão da Tarde)".

Não é de hoje que a música clássica consegue ser perfeitamente misturada com o rock pesado. A prova disso foram os shows do Scorpions e Metallica com orquestras, e as próprias bandas de rock "sinfônico". Podemos dividir essas bandas em duas categorias - que por acaso, não sei nomear: "Bandas de fato sinfônicas", que incluem música clássica nas suas composições, como por exemplo, o Nighwish, Therion, Epica, Dimmu Borgir, etc; e "Bandas de música clássica", que executam suas músicas com instrumentos clássicos (violinos, violoncelos, etc.) ligados a pedais de efeito, como por exemplo, o Apocalyptica.

Um desses grupos, da segunda categoria, que executa rock com instrumentos clássicos é o 2Cellos. A banda formada pelo esloveno Luka Sulic e pelo croata Stjepan Hauser, foi descoberta por acaso na internet - e foi como eu tive o primeiro contato com eles também - a partir de uma versão de Smooth Criminal, do Michael Jackson. Eles executaram o clássico apenas com dois violoncelos, e basta dizer que não precisou de mais nada, versão simplesmente incrível. Acabei por me desligar um pouco do grupo, e eis que sou surpreendido com uma versão - agora mais complexa, com mais instrumentos - de Highway to Hell, do AC/DC.

2Cellos em show.

O que acho interessante é a inclusão de amplificadores tipicamente usados no rock - como são os Orange's - em conjunto com o violoncelo. Foi algo que acabou por "casar" e não tirou a característica do som do instrumento. Sobre esse último vídeo, de Highway to Hell, somos ainda surpreendidos com a participação do grande Steve Vai, inicialmente só "roubando a cena" e depois agraciando a todos com um solo juntamente com a execução do 2Cellos.

Dupla dinâmica ou da pesada, como queiram chamar, gostei muito desse projeto e fica aqui a expectativa para um possível trabalho autoral do grupo (se é que eles já não lançaram). Quem sabe tentando encaixar elementos de Mozart e Beethoven no rock'n'roll. O projeto não é original porque já existiram outras bandas no estilo, mas o talento dos dois músicos é indiscutível, e isso, associado ao processo criativo, pode gerar muita coisa boa.

Para concluir, fica aqui a dica para os web-leitores do Rock'N'Prosa, e espero voltar a falar neles em breve. Fique com o clipe gravado para esse grande clássico do AC/DC: