sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Na vibração do Jazz e Blues



Só agora tirei um tempo para escrever alguns relatos sobre o carnaval. O conceito aplicado ao longo desses anos de "micaretas" pelo Brasil acabou por encontrar um oásis no meio do maciço de Baturité, no Ceará. Enquanto o sul do Brasil é embalado pelo samba, não só no Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP, mas também em Florianópolis/SC, com estruturas de sambódromo para o desfile das escolas de samba, e o nordeste é embalado ao som do axé, encontramos um certo intruso que ganhou vida há 13 anos atrás no meio do clima frio de Guaramiranga/CE.

Sem querer de forma alguma pregar o apartheid  mas todos os "não-fãs" de axé pegam suas barracas e mantimentos e quase como em uma romaria, sobem a serra cearense no período do carnaval. Particularmente, nunca tinha ido à Guaramiranga/CE e não tinha noção de como seria tudo.

A cidade respira música. Fui logo recebido por uma fanfarra executando o tema da "Odisséia no espaço", com metais e percussão, andando pelas ruas da cidade. Na outra esquina uma banda de blues começou a executar Tedeschi Trucks Band, enquanto o velho Creedence Clearwater Revival rolava no já considerado clássico, Odilon Bar.

O carnaval é um verdadeiro desfile de tribos. Famílias inteiras andavam pelas ruas, usando como combustível o tradicional chocolate quente de R$9,00 (vale cada centavo), pessoas estampavam seus ídolos no peito, um verdadeiro enxame de camisas de bandas de rock clássicas. O que vi foi que a cidade de Guaramiranga/CE virou um refúgio para todos que querem fugir do padrão tradicional do carnaval brasileiro. Temos lá todos os elementos de qualquer carnaval: música e diversão. Só que no padrão mais aceitável para os "foliões" mais exigentes.

O Festival Jazz & Blues é apenas um extra no meio desse universo do carnaval. A arena montada comporta cerca de 1000 pessoas sentadas. No começo da tarde temos ensaios gratuitos dos artistas da noite, apresentações dos alunos do projeto social, que diga-se de passagem, é muito interessante, terminando com o show "Pôr do Sol". Após o show pago, as portas da casa voltam a se abrir, agora sem cadeiras, para a famosa "jam". Diversos músicos que tocaram no festival sobem ao palco para simplesmente se divertir, tocando clássicos do blues, jazz e até com uma brecha para o rock também, como rolou Led Zeppelin e Beatles em dois dias. Para não dizer que o forró também não tem espaço, Waldonys deu show em seu tributo instrumental ao Luiz Gonzaga.

A conclusão que tiro de tudo isso é que a universalização do carnaval está evidente, você não é mais obrigado a gostar de determinada coisa só porque é a única que existe. O mundo hoje está oferecendo espaço para todos, é só procurarmos o nosso oásis no meio do deserto.

Se você se identificou com tudo isso, reserve seu acampamento, entre na positividade do jazz e do blues (com perdão para o trocadilho) e suba a serra no seu próximo carnaval.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Há um menino...há um moleque


Há um menino, há um moleque morando sempre no coração de todo mundo. Assim cantou Milton Nascimento, e assim as pessoas cantam hoje. Não é todo mundo que percebe isso. Quando o moleque "cresce", o nosso coração para de bater. Rock, jazz, blues, forró, não importa seu estilo. Sempre que o adulto "te assombrar" o moleque volta para te dá a mão.

A lição que tiro disso tudo é que não devemos perder a inocência da criança, não tornar difícil demais a vida. Apesar de complicada, a vida é bastante simples. Vamos aproveitá-la ao máximo, não deixando o suspense tomar de conta de nossas ações. Hoje é sexta-feira, mas sinta-se à vontade para ler isso qualquer dia do ano.

Vou deixar vocês com esse verdadeiro clássico da música brasileira, já regravada inúmeras vezes por diversos músicos de diversas eras. Como gosto de dizer: "A música é atemporal".

Pegando um gancho na música, nunca solte a mão do moleque.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Às lojas de discos




 A vocês que bravamente resistem aos intempéries da digitalização das mídias, a vocês que trazem alegria através do simples gesto de disponibilizar seus produtos para a apreciação dos amantes da arte de colecionar. Quem vive de baixar música nunca saberá qual é a sensação de encontrar um item histórico em uma prateleira, em retirar o lacre do produto, folhear o encarte. São sensações que só as lojas de discos nos proporcionam, e é para vocês que essa postagem está direcionada.

Dentre minhas andanças sempre me deparei com alguma loja. Cada uma guarda uma surpresa, que você só descobre se comprar um ingresso e entrar nesse mundo. Vou compartilhar com vocês as lojas de discos mais relevantes para mim.

Começando por minha terra, Mossoró/RN, a tradicional Rising Records, chefiada por Luciano Elias, ajudou e muito a minha coleção. Como não se esquecer da sensação de escutar o Glorious Burden (2004), do Iced Earth, em uma época onde os álbuns não eram facilmente baixados, e a sua cópia foi a primeira a chegar na loja.

Saindo um pouco do cenário nordestino, indo até São Paulo/SP, faço uma visita aos amigos Fausto e Thiago, na épica DieHard, na Galeria do Rock. A loja pequena em tamanho, mas gigante em conteúdo, proporciona muitos itens em todo o universo do rock'n'roll. Não conto mais as vezes que alimentei minha coleção a partir deles. Me lembro de todos os novos do Iced Earth, Crucible of Man (2008) e Dystopia (2011) e dos DVD's do Tuatha de Dannan e do Hangar, lançados pela loja e adquiridos em primeira mão a partir do site. Diga-se de passagem, o diehard.com.br é um dos melhores sites para compra de CD's/DVD's de rock'n'roll de todo o mundo, são bastante eficientes e confiáveis. Galeria do Rock que ainda conta com a Aqualung. A Aqualung é um pouco "bagunçada", dada a sua quantidade gigantesca de itens, mas se você procurar com calma encontra boas coisas, como o DVD dos matogrossenses do Bando do Velho Jack, um item que havia se esgotado até com a própria banda.

Embarcando rumo ao Reino Unido, em busca do som do Porcupine Tree, me deparei com a simpática Lisa e a Burning Shed. O estoque da loja é limitado às bandas que fazem parte da gravadora Kscope, mas não existe lugar melhor para encontrar os álbuns do Porcupine Tree, Steve Wilson e demais projetos dos integrantes da banda. Site rápido, confiável e só para citar um caso, fiz minhas compras em um domingo de madrugada e na mesma hora chegou a confirmação, ao contrário de muitas empresas que pedem 3 dias para confirmar o pagamento.

Enfim, a todos vocês que, assim como eu, idolatram essas entidades, façam uma saudação às lojas de discos.