segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

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Palavras pela manhã, palavras pela tarde, palavras pela noite. Como se cansar delas? Conteúdo técnico em um turno, contos fictícios em outro e rock'n'roll neste momento. Como fugir delas? Tudo está escrito, as estórias, as lições, o passado e algumas vezes o futuro. Como perder o interesse nelas? O poder que possuem é maior do que toda a carga solar do universo. Como viver sem elas?

A verdade é que não temos como viver sem a escrita, não há como se isolar em um mundo onde não temos o que escrever. Se a música é a voz da alma, a escrita faz parte desse universo. Simples linhas dizem muitas vezes o que não conseguimos transmitir em uma vida toda.

Essas palavras não se acabam por aqui. Essa foi uma mera tentativa em fugir desse mundo sem ter que sair dele. O que fica de lição é que, se não podemos fugir do mundo, procuremos transformá-lo em um lugar onde gostaríamos de viver.

sábado, 19 de janeiro de 2013

As aparências enganam



Faz tempo que não conto novas histórias sobre a minha coleção. Decidi compartilhar mais uma aqui com vocês. Não sei por qual motivo, passei o dia escutando Pink Floyd, e acabei por lembrar de como conseguir um dos itens mais preciosos da minha coleção.

Acho que era a primeira semana de janeiro de 2011. Estava viajando com minha família pelo sudeste do Brasil e nossa parada final foi na capital mineira, Belo Horizonte. Era o último dia da nossa estada lá e estávamos caminhando pelo centro. Era hora do almoço e não encontramos nenhum restaurante nas redondezas, acabei perguntando a um policial, que me indicou um prédio bem velho e acabado, que segundo ele, era um shopping.

Como a fome estava grande, confiei no julgamento do policial e entramos no prédio, e é aí que começa o episódio de BH na minha coleção. Quem gosta de música sabe que uma das coisas mais raras hoje em dia é encontrar uma loja de CD's, pois bem, assim que entramos no tal shopping, me deparei com uma loja de CD's, isso mesmo uma loja de CD's. Demorei um instante para acreditar naquilo. Esqueci até que estava com fome e fui direto para a loja.

Fazia tempo que não tinha contato com tanto material bom, de vários estilos, incluindo rock, o meu favorito. Mas, dentre todos os itens um me chamou a atenção. Bem ali no canto, solitário, sem comunicação, estava um show que procurava há muito tempo, e não encontrava para vender. Ali, em BH, olhando para mim estava o DVD Pulse (1994), do Pink Floyd.
DVD Pulse (1994), do Pink Floyd.
O Pulse (1994) é uma verdadeira experiência áudio visual, um DVD que retrata um Pink Floyd já em fim de carreira, mas ainda mantendo a mesma boa forma. O DVD é digipak e duplo, com metade do show em cada DVD. No primeiro temos a abertura do show com Shine on You Crazy Diamond, Coming Back to Life e uma das melhores apresentações de One of These Days que já vi. No segundo DVD, somos contemplados com uma apresentação na íntegra do Dark Side of the Moon (1963), com direito a Wish You were Here e Confortably Numb encerrando o espetáculo.

Pois é, web-leitores, as aparências enganam, porque se não tivesse entrado no tal shopping, hoje não estaria contando essa história, nem assistindo a esse grande show enquanto escrevia esses relatos. Bem, essa foi mais uma história da minha coleção, em breve volto com mais.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Pure Rock: Jimi Hendrix


Já faz tempo que não posto nada no "Pure Rock", então decidi voltar à todo vapor com um dos melhores guitarristas que já passaram pelo nosso planeta, o ilustre Jimi Hendrix. Nem parece que fazem 42 anos desde a sua morte, a música continua a ecoar em ondas sonoras até os dias de hoje.

Jimi Hendrix levou o estudo da guitarra para outro patamar, incluindo efeitos e solos em suas composições. Seus primeiros álbuns são simplesmente geniais. As melodias do Are You Experienced (1967), juntamente com a psicodelia do Axis: Bold as Love (1967) e Electric Ladyland (1968) mostram a complexidade da sabedoria de Jimi Hendrix. Então, nada melhor do que retomar nossa temporada de "Pure Rock" com esse gênio da guitarra.

#1 - The Jimi Hendrix Experience - Foxy Lady (Are You Experienced, 1967)
Começando logo com a primeira música do primeiro trabalho do Jimi Hendrix. Nela pode ser escutado o tradicional "fuzz" que virou característica das músicas dele, além dos excelentes solos.

#2 - The Jimi Hendrix Experience - Little Wing (Axis: Bold as Love, 1967)
Diminuindo um pouco o ritmo, Little Wing mostra um lado mais "blues" das músicas de Jimi Hendrix. Ela é uma das minhas favoritas de sua carreira, e destacando novamente os efeitos na guitarra. Hoje é muito fácil encontrarmos tudo isso reunido em uma pedaleira, por exemplo, mas antigamente tudo tinha que ser desenvolvido ajustando válvulas nos amplificadores, mudando captadores na guitarra, etc. Tudo era mais artesanal. O próprio Angus Young, do AC/DC, na ausência de um pedal para aumentar o volume da sua guitarra no momento dos solos, disse que controlava tudo pelo plug de volume presente na guitarra.




#3 - The Jimi Hendrix Experience - Bold as Love (Axis: Bold as Love, 1967)
Faixa-título do melhor álbum do Jimi Hendrix. Bold as Love junta toda a suavidade e psicodelismo característica de suas músicas. Nem juntando todos os efeitos psicodélicos de Whole Lotta Love, chegaria aos pés do solo de Bold as Love. De fato, é um dos pontos altos da carreira do Jimi.


#4 - The Jimi Hendrix Experience - Purple Haze (Are You Experienced, 1967)
Nada como a música mais "Guitar Hero" do Jimi para entrar no nosso Pure Rock. Antes que comecem as críticas, essa é uma das minhas músicas favoritas da carreira dele, e se pudesse voltar no tempo, escolheria ela como a primeira música para tocar na guitarra. Um detalhe que escapa as vezes é que as sensações são diferentes com as músicas. Se escutarmos Purple Haze, podemos achar ela meio "normal", mas quando paramos para tocá-la na guitarra, uma energia a mais aparece.

#5 - The Jimi Hendrix Experience - All Along the Watchtower (Electric Ladyland, 1968)
Nada melhor como terminar com um dos covers mais famosos de todos os tempos. All Along the Watchtower já foi tema até aqui no Rock'N'Prosa, e a versão do Jimi Hendrix superou em qualidade a versão original do Bob Dylan, mas sem a versão original, não existiria cover. Então fica aqui nossa homenagem ao grande Bob, e a versão imortalizada por Jimi Hendrix.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Avante com o mundo


Todo começo de ano todos são inundados por pensamentos otimistas para o ano que está iniciando. Tudo funciona como um ciclo, todos procuram mudar sempre quando o novo ciclo se inicia. O que vejo, em muitos lugares, é que nada muda. Os Filhos da P#$% continuam Filhos da P$#%, os hipócritas continuam hipócritas, mas os bons continuam bons.

O mundo continua se movimentando, um dia estamos acima, no outro embaixo, como diria o Rush. Temos apenas que dar o nosso melhor e prosseguir com nossas vidas, nunca esquecendo dos nossos companheiros de batalha. Quando digo "companheiros" me refiro a todos os seres humanos. O que vejo nos dias de hoje é que pouca gente ajuda o próximo, de fato.

São episódios da mais alta hipocrisia, como o cidadão que se diz adepto da doutrina filantrópica de Jesus Cristo e só olha para o seu nariz. No trânsito, por exemplo, precisaria de várias mãos para contar a quantidade de vezes que fui "prejudicado" por carros com adesivos alusivos à doutrina estampados na sua traseira. Não estou aqui querendo abrir debate quanto à religião, e sim com relação às atitudes dos seres humanos. Muitas vezes, por causa de uma crença ou outra, pessoas são taxadas de "hereges" pelos "puritanos", e o que a maioria não percebe é que os "puritanos" é que praticam as verdadeiras "heresias".

É assim que vivemos, é assim o nosso mundo. Não sou eu quem vai mudar. Precisamos de uma relação recíproca de todos os seres humanos. Gentileza gerando gentileza.

Isso é o que espero não do 2013 e/ou 2014, mas de todo o século que está transcorrendo. Vamos esperar o melhor, vamos torcer para o melhor, sem prejudicar A ou B.

A música que inspirou tudo isso foi uma do Neil Young, escrita no final dos anos 80, mas que tem aplicação ainda muito forte nos dias de hoje. A letra trata um pouco de tudo isso, da desigualdade entre as pessoas, mas no fundo, a música pede para "continuarmos agitando no mundo livre". Eu sei que o sentido original é o da crítica, mas se olharmos por outro lado podemos aplicar essa música a tudo que foi escrito. Sempre que algo de ruim te acontecer, continue agitando, como diz a música, e não procure retribuir o mal a quem o gerou.

Avante com o mundo. 

Keep on rockin'