quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012



O ano ainda não acabou, e pelo visto o mundo também não, então ainda temos tempo para mais uma postagem. Partindo da ideia do web-leitor Enaldo Segundo, vamos fazer uma retrospectiva dos acontecimentos de 2012.

2012 foi mais um ano brilhante para o rock'n'roll. Tivemos pontos altos na cena local, pontos altos na cena nacional e também na cena internacional.

No ano de 2012 o rock potiguar viu a expansão do Festival DoSol, a volta do Circuito Cultural da Ribeira e a realização da inédita Virada Cultural de Natal. Em Mossoró/RN o Cultura MetalFest e Rockstage trouxeram peso para a cidade, contrastando com os tradicionais shows de forró, além da aquisição de um novo local para a cultura alternativa, o Centro Cultural DoSol Mossoró.

Em 2012 ainda conhecemos mais um trabalho de peso do Monster Coyote, The Howling (2012), e o EP homônimo de estréia do Godhound. Vimos também o surgimento de novas bandas, como o Far from Alaska, que está exportando o nome do Rio Grande do Norte para o resto do Brasil.

Shows. Shows e mais shows nas nossas proximidades. Além dos shows do Monster Coyote, Talma&Gadelha, Camarones, Truckfighters e Far from Alaska, o Nordeste brasileiro recebeu o imortal Paul McCartney, em uma data da sua turnê "On the Run". Mas, como nem tudo são flores, vimos ainda os cancelamentos dos shows do Black Label Society e do Scorpions, em Fortaleza/CE e Recife/PE, respectivamente. Por outro lado, fomos ainda contemplados com a turnê do Viper e recentemente do Shadowside, em Natal/RN.

O Brasil não ficou de fora do progresso do Nordeste não. O nosso país recebeu ainda a turnê The Wall, do Roger Waters, além da The Tour do KISS, promovendo o seu novo álbum, Monster (2012). Álbuns, cidadão! 2012 foi um ano de ÁLBUNS de fato. Além do excelente novo do KISS, tivemos o Clockwork Angels (2012), do Rush, e o excelente Stalingrad (2012), do Accept; sem contar no La Futura (2012), do ZZ Top e Last of a Dying Breed (2012), do Lynyrd Skynyrd, trazendo a sonoridade clássica dos anos 70 para o século XXI.

2012 foi também um ano de reuniões. O Black Sabbath voltou aos palcos com sua formação quase original e tivemos também um princípio de reunião do Nirvana, sem contar na reunião do Viper, já mencionada. Falando em reunião, entramos no lançamento do ano e provavelmente da década. O Celebration Day (2012), do Led Zeppelin, trouxe de volta o sonho de milhões de fãs que imaginavam o que a banda poderia fazer ao vivo nos dias de hoje. Contrastando modernidade com a classe das músicas lançadas nos anos 1970.

Bem, isso foi basicamente o que tivemos em 2012, e desde já fica a nossa esperança para que 2013 seja tão bom quanto esse ano foi, e se possível, ainda melhor. Essa agora é nossa última postagem do ano. Muito obrigado pelo apoio nesse ano, tanto dos web-leitores antigos como dos novos. Nosso compromisso está reafirmado para 2013, trazendo sempre novos contos sobre o rock'n'roll.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Resenha de shows: Roger Waters (Rio de Janeiro/RJ - 29/03/2012)




Por Enaldo Segundo

Desde o dia 29/03/2012 eu busco alguma maneira de descrever o que eu senti das 21:00 até as 00:00 da própria data. Sozinho, encarando a cegueira e ficando surdo, com nada pra me ajudar além de minhas mãos e minha própria cabeça. Lá estava eu.

O dia no RJ era nublado e com muita chuva. Cheguei ao aeroporto do Galeão com sentimentos distintos: empolgado por realizar o sonho de ver um dos maiores espetáculos da terra e um pouco pensativo pela morte do saudoso Millôr Fernandes (faleceu no dia 28/03). Todos os sentimentos em um só dia. Havia algo reservado? Vendo hoje, 9 meses depois, é fácil dizer que sim.

Sempre fui um grande entusiasta do Pink Floyd. Às vezes acho que segui um caminho contrário. A maior parte dos meus amigos são fãs de carteirinha dos Beatles e seus “dissidentes”. No caminho contrário, acabei me apaixonando pelos acordes de David Gilmour, as letras de Roger Waters, o teclado obscuro de Rick Wrigth e o genial desleixo de Nick Manson. Algo que me deixava hipnotizado e eufórico.

Um descanso, um almoço tranquilo, uma tarde ouvindo o The Wall no celular. E finalmente a ida ao Engenhão. Decidi chegar cedo. Fui “premiado” com um Engenhão ainda vazio e sem filas (apesar de até a hora do início do show o evento não ter apresentado nenhum problemas com filas, tudo muito organizado). Desde a entrada no Engenhão algo que me chamou a atenção: som e projetores. Projetores que eu nunca havia visto e com uma qualidade inacreditável. Um sistema de som que me deixaria procurando algo que, de tão real, eu achei que estava sobrevoando o estádio (o som de Helicóptero no início de ‘The Happiest Day of Our Live’).

Com a pontualidade inglesa, ele iniciou o show às 21 horas. Com educação, uma voz feminina ao fundo dizia que “Roger” não tinha problemas com as fotos/filmagens, “Roger” apenas pedia para que os ‘flashes’ das câmeras fossem desligados para que não atrapalhassem as projeções no telão. Bom, estamos no Brasil, ninguém desligou flash nenhum. Felizmente não interferiu no grande espetáculo.

Empolgado, como de costume, ele iniciaria o show vestido de ditador. Luzes, fogos, e o público de aproximadamente 50 mil pessoas iam à loucura. E eu? Eu estava lá. Encantado. Arrepiado. Com lagrimas nos olhos. Sentindo que aquele era o local certo e a hora certa em que eu deveria estar. O som me deixava arrepiado, as projeções me deixavam hipnotizados. Olhava para o lado e as pessoas estavam boquiabertas, outras chorando, outras abraçadas. Para todo aquele público era mesmo “The Happiest Days of Our Lives”. Fotos? Vídeos? E eu lá me lembrei disso. Se em In The Flesh eu estava arrepiado, logo ao começar The Thin Ice, as primeiras lágrimas corriam no rosto. A homenagem a Jean Charles, o “Nem Fudendo” estampado no telão logo após o questionamento em “Mother”: Mother should I trust the government? A emoção transformada em lágrimas na execução de “Vera” e “Bring The Boys Back Home”. A doçura de Comfortably Numb e o seu solo magnífico que ninguém nunca vai executar como David Gilmour. Assim como “Nobody Home”, uma música que poderia definir o que se passava na minha cabeça. São esses alguns sentimentos que eu posso compartilhar com vocês. Quaisquer outras palavras soarão repetitivas. Para o fã do Pink Floyd eu tenho certeza que essas palavras serão suficientes, para quem não é, fica o mistério do que se passa na cabeça de alguém que cresceu ouvindo e sentindo tudo que estes rapazes fizeram pelo rock mundial. No fim do show, o sentimento de “dever cumprido”. Eu tinha uma dívida comigo mesmo. Eu precisava vê-los algum dia. Mesmo que fosse apenas um deles. Mesmo que a banda já tenha acabado há décadas. Mesmo que eu precisasse sacrificar boa parte do meu dinheiro. Tudo que gastei, paguei, valeu a pena. Repetiria se fosse preciso. Loucuras como essa precisam ser mais constantes em um mundo tão previsível.

O público ia deixando o estádio em completa tranquilidade e eu me despedia daquele palco para voltar para a minha cidade e minha rotina. Já estava com saudades daquele dia e nem se passavam 30 minutos que eu havia deixado o Engenhão. Hoje, 9 meses depois, fecho os olhos e imagino o mesmo local. São memórias eternas, algo que eu contarei pros meus filhos, sobrinho e netos. Algo que ninguém poderá tirar de mim.

Foi a realização de um sonho, e mesmo depois dessas linhas ainda é impossível descrever o que eu realmente estava sentindo. O único sentimento que me recordo e que levo até hoje é o de gratidão. Muito obrigado, Roger Waters.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A Odisséia do dia


Se existe alguma forma de tornar esse blog mais psicodélico do que já é, com certeza devo compartilhar com vocês minha primeira semana nessa nova vida. Logo no primeiro dia recebi o chamado do Controle na Terra para iniciar as atividades e assim, tomei minhas pílulas de proteína e coloquei o meu capacete. 

A responsabilidade do cargo logo de cara cai sobre suas costas, naquele instante, ali, na frente de 30 futuros engenheiros, você é o responsável por transmitir aquilo pouco que você aprendeu na graduação para eles. A viagem continua sempre, novos planetas vão sendo descobertos, paradas são realizadas para abastecimento da nave, e novas espécies são apresentadas a cada dia.

Linguas diferentes são faladas, a nave passa por uma tempestade solar, entramos no hiperespaço. Um poema é lido, uma música ouvida, e no final de tudo, quando nosso dever é cumprido, o Controle na Terra nos chama de volta e adentramos na sua atmosfera.

Outro dia é outra viagem, outra canção. Encontramos com espécies antigas, novos alienígenas, e transmitimos nossa mensagem. Alguns captam, outros não, alguns respondem, outros a deixam se perder na imensidão do universo. Como diz o Zé Ramalho: "Na vida é assim: um bom e outro ruim".

Psicodelismo à parte, todo mundo escreve a sua Odisséia todo dia, e assim que deve ser a vida. Se o tempo permitir, volto com ainda mais rock'n'roll antes do fim de 2012. 

Se não, até 2013 rumo aos 3 anos de Rock'N'Prosa!

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

História é comemoração



Todos os dias nos deparamos com alguma comemoração histórica: aniversário de alguma data história, aniversário de algum músico (tanto de vida como de morte), aniversário de lançamento de algum álbum, etc. Ou seja, a história sempre é propagada.

Eu mesmo tomo a liberdade de fazer isso aqui no Rock'N'Prosa, homenageando os aniversários, tentando de uma forma simples, dar continuidade à história que move o mundo.

Isso eu vejo principalmente no rock'n'roll. Todos os anos bandas clássicas lançam versões especiais de aniversário de seus álbuns, como aconteceu recentemente com o Machine Head (1970), do Deep Purple. Sem querer de forma alguma desmerecer os outros músicos, mas nunca vi, e espero ver, uma versão de aniversário de algum álbum da Cláudia Leite. Isso é muito ruim, porque de certa forma, a música deles vai morrendo, sem ser propagada. Puxando para o axé, o que ainda vejo propagar a música é o Chiclete com Banana. Eles conseguiram virar uma banda clássica só com shows, sem lançar muitos álbuns de estúdio, coletâneas e re-edições. Eu vejo eles como uma exceção à regra.

O bom das comemorações históricas é isso, você voltar no tempo, reviver uma época. Porque você não tem culpa de ter nascido em uma época após o lançamento do seu álbum favorito. Como muitos antigos comentam e acabam te culpando pela qualidade musical dos dias de hoje.

Enfim, para encerrar nas palavras do Rainbow: "Vida longa ao rock'n'roll".