terça-feira, 30 de outubro de 2012

A prisão musical



Faz já certo tempo que tenho minha opinião sobre as gravadoras, mas, de forma nenhuma quero denegrir a imagem delas, tem espaço para todos no mundo da música.

Desde os Beatles, na época da extinta Atlantic Records, a música virou um negócio muito lucrativo para quem quer ganhar dinheiro à custa da criatividade dos outros. As gravadoras disputavam "na porrada" artistas emergentes, de forma que pudessem vender a maior quantidade de discos possível.

O que aconteceu foi que o negócio cresceu até o ponto de dominar por completo o mercado musical. Hoje, não existe artista/banda sem gravadora. Aí é que está o furo do negócio. Por ser alvo de contrato, o artista deve respeitar tudo o que a gravadora quer, inclusive mudar o estilo de suas músicas, lançar álbuns no período desejado pela gravadora, etc.

Não sei se por ser fã de artistas independentes tenho essa visão, mas, como disse, tem espaço para todo mundo. Conheço muita gente que gosta desse mundo, de ficar indo para os "Faustão" e "Gugú" da vida, eu respeito, a eles é que as gravadoras devem atacar e investir. Mas, vamos falar em coisas boas.
álbum Sei (2012), do Nando Reis. Lançado com recursos próprios.
Tenho observado cada vez mais artistas consagrados se tornarem independentes. O Roupa Nova e o Metallica lançaram um selo próprio, para justamente fugir das gravadoras e trabalharem da forma que quiserem. O Zeca Baleiro já tinha feito isso, e agora o Nando Reis também o fez. Lançando o seu novo álbum Sei (2012) com recursos próprios.

O bom disso é que o trabalho artístico é mais valorizado. O dinheiro das vendas dos discos não vai para o bolso de um grupo de magnatas e sim para o músico, que é quem realmente compõe as músicas e merece todo o crédito por isso.
Steve Wilson e o Porcupine Tree.
Uma banda que sou muito fã e que sempre foi independente é o Porcupine Tree, projeto do Steve Wilson. A história dele é simples, Steve é um produtor musical consagrado e montou o Porcupine Tree como hobbie. Hoje a banda é um dos maiores nomes do rock progressivo mundial (considerada como a quarta melhor banda ao vivo do rock, perdendo apenas para Iron Maiden, Metallica e Rush), e continua lançando álbuns sem restrições, porque não tem um empresário limitando a quantidade e estilo das músicas dos álbuns.

Assim que deve ser a vida musical. A cabeça deve ser livre para pensar. Para quem gosta da prisão, continuem alimentando esse mercado, porque tem público para isso, e os empresários também precisam de um ganho. Mas, se quiser fugir, você vai experimentar muita coisa boa.

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