sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Uma pequena pausa no rock


Como diz o livro sagrado do catolicismo: "Nem só de pão viverá o homem". Muita gente pensa que passo o dia vivenciando o rock'n'roll, mas isso não é bem verdade, passo a maior parte do dia escutando outras escolas da música.

Faz tempo que pensava em compartilhar isso com vocês, mas não encontrava uma forma, porque o Rock'N'Prosa é um blog de contos do rock, por que eu iria falar sobre MPB ou música lírica?

Acima de tudo rock é música, e música deve ser respeitada em todas as suas vertentes. Então, pensando nisso foi que decidi fazer uma pequena pausa no rock nessa série de postagens.

Ultimamente tenho descoberto muitas bandas novas e bandas boas, diga-se de passagem. Vou começar a nossa série pela última banda que descobri.

Estava ontem em uma loja de produtos naturalistas, especializada na cultura hindú, e escuto uma melodia muito agradável, misturando música celta com o canto lírico. Me senti na obrigação de perguntar que banda era aquela, foi aí que fui apresentado a Loreena McKennit.
Loreena McKennit com a sua harpa, apenas um de seus instrumentos.
Loreena McKennit é uma cantora lírica e multi-instrumentista canadense. Ela mistura o new wave, com a música celta e elementos da música hindú. Apesar de sua carreira longa (25 anos aproximadamente), essa foi a primeira vez que ouvi falar dela, mas já despertou o interesse pelo seu trabalho.

A música celta tem muita relação com o rock, temos por exemplo o Blackmore's Night, projeto do Ritchie Blackmore com Candice Night. No lado mais pesado temos o Eluveitie e aqui no Brasil o Tuatha de Dannan. Todas essas bandas tem em comum a mistura do rock com a música celta, e não nego que essa é uma das minhas escolas favoritas do rock'n'roll.

Voltando à nossa peça central. Para minha surpresa, no decorrer da minha pesquisa encontrei que Loreena McKennit tem um álbum de ouro no Brasil, o The Visit (1991), sinal de que ela é familiar para o público brasileiro. O seu trabalho mais recente é o The Wind That Shakes the Barley (2010) e mais um álbum ao vivo fará parte da sua discografia, o Troubadours on the Rhine (2012).

Para finalizar, vou deixar vocês com a música com a qual Loreena McKennit foi apresentada a mim, The Mummer's Dance:




sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pure Rock: Os Trios Elétricos

Rush, um dos trios elétricos do rock'n'roll.
Pegando carona no carnaval e em um comentário do editor da Collector's Room, vamos dedicar esse "Pure Rock" aos trios elétricos.

Calma, não vamos tocar a música executada na criação de Dodô e Osmar, e sim as músicas executadas pelos trios elétricos do rock'n'roll.

#1 - Rush - Limelight (Moving Pictures, 1981)
Começando logo com o meu trio favorito, os canadenses do Rush. O Rush é uma banda com mais de 30 anos de carreira, nesse tempo eles conseguiram reunir a magia do rock'n'roll à música progressiva, resultando em uma carreira repleta de clássicos. Recentemente eles lançaram o álbum Time Machine: Live in Cleveland (2011) e é uma experiência audio-visual tremenda.

#2 - Motörhead - Killed by Death (No Remorse, 1984)
Quando falamos de trios elétricos, nada é mais explosivo e cativante do que o Motörhead. Essas verdadeiras lendas do rock'n'roll já estão a muito tempo na estrada, e não apresentam sinais de cansaço. Suspeito até que nas veias do Lemmy não corre mais sangue e sim Jack Daniel's. Assim como o Rush, o Motörhead tem muitos clássicos, e Killed by Death é apenas um do seu vasto repertório.

#3 - Cream - White Room (Wheels of Fire, 1968)
Uma das maiores bandas de rock de todos os tempos também não poderia faltar. O Cream misturou blues, psicodelia e rock em um pote, e isso acabou por resultar em grandes clássicos da música, o que inclui Sunshine of Your Love e Crossroads. O lendário Eric Clapton foi consagrado pelo Cream, e hoje ainda é apontado como um dos melhores guitarristas de todos os tempos.

#4 - The Jimi Hendrix Experience - Purple Haze (Are You Experienced?, 1967)
Vocês deveriam está se perguntando se o "Pure Rock" não ia homenagear o maior guitarrista de todos os tempos, claro que sim. Jimi Hendrix é para mim a pessoa que mais soube tirar sons da guitarra, e isso tudo foi adicionado a suas composições no The Jimi Hendrix Experience. Assim como todas as lendas, Hendrix foi embora cedo, aos 27 anos de idade, mas sua música ficou eternizada nos brilhantes álbuns Are You Experienced? (1967), Axis: Bold as Love (1967) e Electric Ladyland (1968).


#5 - ZZ Top - Beer Drinkers & Hell Raisers (Tres Hombres, 1973)
Para concluir essa viagem pelos "Trios Elétricos" do rock'n'roll, nada melhor do que terminar com o rock simples e direto do ZZ Top. A essência do trio elétrico está no ZZ Top, sempre que posso me espelho neles para ter uma referência. Da mesma forma que Dominguinhos foi apadrinhado por Luiz Gonzaga, Billy Gibbons (guitarrista do ZZ Top) foi apadrinhado por Jimi Hendrix. O ZZ Top é hoje uma das minhas bandas favoritas, e apesar dos quase 40 anos de carreira, eles ainda continuam fazendo shows.


Espero que tenham gostado dos nossos "trios elétricos" e para quem não curte o verdadeiro trio elétrico, fiquem nesse carnaval com os trios do rock'n'roll.

Até o nosso próximo "Pure Rock".

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A criatividade


As vezes eu me pego na frente do computador, pensando no que escrever para o blog. Abro o Rock'N'Prosa e fico alguns minutos olhando a última postagem, e vejo que aquela última data no nosso mundo do rock'n'roll vai ficando cada dia mais distante.

Eu simplesmente poderia deixar passar, não recebo pressão de vocês, web-leitores, por mais e mais atualizações. Acho que no fundo vocês sabem que quando algo não vem agora é porque vem com força maior no futuro.

O mundo da música continua girando, poderia falar sobre o Hall da fama do rock'n'roll, que merecidamente receberá o Guns N'Roses com sua formação original. Poderia falar sobre o mega festival que o Brasil vai receber neste ano, o Metal Open Air. Mas, não, deixo isso para a mídia especializada no assunto.

Durante a trajetória de diversas bandas a falta de criatividade sempre atacou. Até o Iron Maiden sofreu com isso. No ano de 1995, após a saída de Bruce Dickinson e a chegada de Blaze Bayley aos vocais, a banda lançou o Factor X (1995), um bom álbum, e depois entrou em um parafuso que acabou por gerar somente a música Virus em 1997, uma música bem abaixo da capacidade do Iron Maiden.
capa do single Virus (1997), um símbolo da falta de criatividade?

Eu li uma vez que a criatividade não pode ser criada, você não nasce com criatividade. Você é criativo se você se acha criativo. É meio paranóico dizer isso, mas se pensarmos por um lado, é verdade. Uma pessoa que diz que não tem criatividade, nunca conseguirá criar nada novo, só reaproveitará o que já foi criado. Por outro lado, uma pessoa que se diz criativa, tem a capacidade de pensar em uma alternativa e criar algo novo. Ou escrever uma postagem sobre "criatividade" justamente por não ter pensado em nada relacionado ao mundo rock'n'roll para contar.

Enfim, voltando para a história do Iron Maiden. Eles algum anos depois lançaram o Brave New World (2000), um dos melhores álbuns de sua carreira. A criatividade voltou? Ela nunca saiu, só a banda que ainda não tinha descoberto isso.

O que fica de lição para nós é: sejamos criativos!!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Por trás das Reuniões

Ultimamente todos foram bombardeados com notícias das reuniões e possíveis reuniões dos grandes ícones do rock'n'roll mundial. Enquanto os boatos surgem sobre uma possível reunião da formação original do Guns N'Roses e dos remanescentes do Pink Floyd, o Van Halen e o Black Sabbath anunciam o lançamento de um álbum de músicas inéditas.

O que me vem à cabeça com isso tudo é o motivo dessas reuniões. Os álbuns foram lançados, as bandas fizeram história e encerraram suas atividades de forma heróica, mas sempre acabam anunciando uma volta.
Formação original do Black Sabbath (da esquerda para a direita): Bill Ward, Ozzy Osbourne, Geezer Butler e Tony Iommi.

Nesses momentos o Led Zeppelin sempre aparece na minha frente. Eles sim souberam aproveitar o seu tempo e viraram lendas do rock'n'roll, assim também como os Beatles.

O que me indigna nisso tudo não é que a banda vai voltar, isso é uma grande oportunidade para todos a verem ao vivo, mas é que as questões que norteiam essa volta não é mais a música e sim dinheiro. Pois é, capitalismo!!

Nessa última semana, Bill Ward, baterista original do Black Sabbath, anunciou a sua saída da reunião justamente por motivos contratuais. Paralelo a isso também surgiu o fato de que Bill contribuiria só com o nome para o álbum novo do Black Sabbath, não tocaria bateria nas gravações, isso pode ser chamado de reunião? Da volta da melhor e maior banda de rock de todos os tempos?

Acho que por isso que o Pink Floyd deixa tudo como está, não voltam, apesar dos fortes boatos. Enquanto isso, o Van Halen já está com o seu novo álbum praticamente pronto e caminhando para uma grande turnê mundial, com seus contratos devidamente acertados com todos os membros da banda.
Formação atual do Van Halen, com David Lee Roth de volta aos vocais.
Capa do A Different Kind of Truth (2012), novo álbum do Van Halen.

Eu sei que a maioria dos web-leitores vai discordar disso tudo, mas foi a sensação que tive ao ver o cenário. Vou continuar escutando meus álbuns do Black Sabbath como sempre, e se tudo der certo e eles vierem para o Brasil, não vou deixar de vê-los, porque com capitalismo ou não, eles são a história e isso merece ser visto.

Com todo o cenário, tive uma sensação parecida a de quando assisti o filme-documentário Zeitgeist, tipo como se algo em que eu acreditasse fosse negado. Mesmo o capitalismo vencendo a música, não vamos deixar isso estragar toda a magia do rock'n'roll, que pessoas como Ronnie James Dio lutaram tanto para construir.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Humor Hall #8

Voltando com a coluna mais divertida do rock'n'roll mundial aqui no Rock'N'Prosa. Com essas notícias da volta do Black Sabbath, e da polêmica que está envolvendo ela, eis que surge o tema do nosso Humor Hall.
Belchior (músico brasileiro) e Geezer Butler (baixista original do Black Sabbath).

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A Letra: Life on Mars? (David Bowie)

David Bowie, sem o seu estilo "camaleão", famoso nos anos 70.

Pela primeira vez a nossa coluna "A Letra" não terá participação de ninguém, mas por um motivo. Vamos analisar hoje a letra de Life on Mars?, grande música de David Bowie.

A primeira pergunta que vocês podem fazer é: "por que essa análise não tem participação?". É simples, pela própria letra da música. 

Falando de David Bowie e suas temáticas espaciais, todos pensam que somente alienígenas e naves intergaláticas são os temas das músicas, e olhando para o nome "Life on Mars" todos podem pensar isso também, mas é aí que todos se enganam.

Apesar de escrita nos anos 70, essa letra ainda é bem atual, basta nós fazermos a conversão para os tempos atuais. Tudo que acontece no mundo é tão estranho que o próprio David Bowie se perguntou se ele estava vivendo em Marte.

Eu sempre vi essa letra por dois lados: um é quando ele se pergunta se nós estamos vivendo em Marte porque todos estão loucos. E o outro lado é que com toda a loucura do mundo, só nos resta ir morar em Marte para não sermos infectados pela sociedade. 

A letra em si já é bastante solitária, porque somente quem canta vê o mundo dessa forma, mas à medida que outras pessoas lêem a letra, elas também podem ver se tem vida em Marte, então o solitário agora está acompanhado.

Toda a letra é auto-explicativa, tenho certeza que assim que você, web-leitor, ler a letra, montará a sua própria versão de Life on Mars?. Então, sem prolongar muito essa pequena análise, fiquem com a letra traduzida pelo Terra de Life on Mars?:




Vida em Marte?

É um pequeno romance terrível
Para a garota com o cabelo castanho claro
Mas a mãe dela está gritando "não"
E o pai dela a mandou ir
Mas o amigo dela não está em lugar algum
Agora ela anda através do seu sonho submerso
Para o assento com a melhor vista
E ela está vidrada na tela prateada
Mas o filme é tristemente chato
Pois ela o viveu dez vezes ou mais
Ela poderia cuspir nos olhos dos tolos
Quando eles pedissem para ela se concentrar nos

Marinheiros brigando no salão de dança
Caramba!
Olhe aqueles homens das cavernas irem
É o show de horrores
Dê uma olhada no Homem da lei
Espancando o cara errado
Caramba!
Imagino se algum dia ele vai saber
Que ele está no show que mais vende
Existe vida em Marte?

Está na testa torturada da América
Que o Mickey Mouse virou uma vaca
Agora os trabalhadores entraram em greve por fama
Porque Lenin esta à venda de novo
Veja os ratos em suas milhões de hordas
De Ibiza até Norfolk Broads
Rule Britania está fora de alcance
Para a minha mãe, meu cachorro e palhaços
Mas o filme é tristemente chato
Porque eu o escrevi dez vezes ou mais
Está prestes a ser escrito de novo
Enquanto eu peço que você se concentre nos

Essa foi Life on Mars? Até o nosso próximo "A Letra".