quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Sou colecionador: Rodrigo Maia

Voltando com a nossa coluna dedicada as coleções por esse Brasil, inspirada no quadro criado pelo Collector's Room. O nosso bate-papo de hoje é com Rodrigo Maia, a quem novamente agradeço pela participação.

RNP: Para começar o nosso rápido bate-papo, se apresente para os nossos web-leitores.
Rodrigo: Me chamo Rodrigo Maia, tenho 34 anos, habito a cidade de Jaú, interior de São Paulo, e sou um humilde amante do rock e heavy metal.
vista geral da coleção.
RNP: Pelas imagens da sua coleção posso ver que seu estilo preferido é o rock, mais especificamente o metal, não? Conte-nos como você começou a ser um autêntico fã de rock?
Rodrigo: Sim, meu gosto é basicamente por esses estilos, mas ouço também alguma coisa de hip hop, e algumas variações de rock.  Quanto ao meu gosto por rock, começou quando eu tinha meus 12, 13 anos, na época do colégio. Comigo aconteceu o que deve ter acontecido com muita gente, pelo menos da mesma geração que eu. Um amigo da escola aparecia com um disco (sim, naquela época era disco, bolachão de vinil mesmo, afinal de contas era 1990, por aí...) do irmão mais velho, do primo, do tio, e a molecada se reunia em torno do toca-discos pra ficar ouvindo. Quando pintava um lançamento então, daí era loucura, todo mundo doido pra ver quem conseguia arrumar pra ouvir. Logo em seguida veio o Rock in Rio 2 (1991), daí não tinha mais jeito, eu já era do rock.

RNP: A coleção de CD’s é algo indescritível, principalmente para os colecionadores. Quando você percebeu que havia deixado de ser um simples fã para se tornar um colecionador?
Rodrigo: Bom, eu me considero um colecionador desde o momento que consegui meu primeiro CD .  Foi o Black Album do Metallica, até hoje tenho ele, bem velhinho, mas inteiro. Sempre fui cuidadoso com as minhas coisas, e até hoje não é diferente. E o passar do tempo só fez aumentar a minha vontade de sempre ter mais CD's, principalmente das bandas que eu mais gosto, porque vejo um CD como uma jóia. 
Itens do Faith no More.
RNP: Sua coleção é o seu único hobby? Atualmente quantos itens fazem parte dela?
Rodrigo: Sim, hoje em dia me dedico bastante à minha coleção de CD's, não tanto quanto gostaria, seja por razões de tempo e principalmente financeiras, mas estou sempre me ligando em lançamentos, reedições, etc. Até hoje não fiz uma contagem de quantos CD's eu tenho, mas creio que deve estar em torno de 300 a 350 CD's, o que pra muita gente, principalmente meus pais, é uma loucura total....(risos)

RNP: Eu sei que nós, colecionadores, tratamos nossos CD’s como se fossem nossos filhos. Mas, sempre existe aquele “filho favorito”. De todos os seus itens qual é o seu favorito, ou seja, aquele que você não emprestaria nem para a sua mãe?
Rodrigo: Olha só, eu sinceramente não tenho um item em especial que considero mais que outro, mas tem alguns sim que são uns “xodozinhos”, como a caixa BIG FOUR, com o primeiro show dos quatro grandes, na Bulgária, uma edição com 4 CD's e 2 DVD's, o “Chemical Wedding” do Bruce Dickinson, que está autografado por ele, e a caixa Eddie's Archive, que é um item raríssimo hoje em dia e muito valioso. Mas pensando bem, acho que meu xodó é a coleção de CD's do Iron Maiden que saiu pela gravadora Castle, em 1995. São os 10 primeiros CD's, em versão dupla com os singles de cada álbum. Esses são itens que sinto orgulho em ter na coleção.  Agora quanto a emprestar para a minha mãe, eu fico tranqüilo, porque ela nunca pediria emprestado nenhum CD da minha coleção, não é o estilo dela....(risos)
Chemical Wedding (1998) autografado por Bruce Dickinson.
box do Big Four, com os shows do Anthrax, Megadeth, Slayer e Metallica, filmados em Sofia, na Bulgária. O interessante sobre esse show é que ele foi transmitido ao vivo para salas de cinema de todo o mundo, inclusive no Brasil.

RNP: Um dos grandes desafios da coleção é conseguir itens. Eu mesmo costumo entrar em qualquer loja de discos que esteja ao meu alcance, sempre buscando novos itens. Qual você acha ser a melhor forma de adquirir itens para a coleção? E se tiver, conte alguma história de algum lugar estranho onde você comprou algum item.
Rodrigo: Cara, quem curte e gosta mesmo da coleção, faz qualquer coisa pra conseguir um item novo pra ela. Eu mesmo, todo dia fico passeando pelos sites de leilão, lojas virtuais em busca de promoções e tal. Hoje em dia, até mesmo pelo fato de praticamente não existir mais lojas físicas de CD's, compro quase tudo pela internet, seja CD novo ou usado.  Quando eu morei na Irlanda, eu fazia o mesmo roteiro todo dia quando saía do trabalho. No caminho, eu passava em frente a 3 lojas de CD's, então todo dia entrava nelas, nem que fosse só para olhar, e o mais interessante de lá é que havia muitas lojas de CD's usados, os populares sebos. E quase sempre tinha muita coisa boa neles, e muito baratos. Não é à toa que voltei com uma mala cheia de CD's de lá. Acho que o lugar mais inusitado até hoje que eu comprei um CD foi em um posto de gasolina em uma estrada, só não vou lembrar qual CD que foi, porque me senti na obrigação de comprar. Estava viajando de carona com um amigo, ele estava sem nenhum CD no carro e só pegava rádio AM. Aí não tinha condição mesmo.
Piece of Mind (1983) em sua versão lançada pela gravadora Castle, de fato uma raridade.
RNP: Todo colecionador tem aquele item dos sonhos, aquele item que está reservado para quando ganharmos na Mega Sena, por assim dizer. Você poderia compartilhar o seu conosco?
Rodrigo: Bom, tem alguns itens por aí que sinceramente adoraria que fizessem parte da minha coleção.  Como atualmente estou mais focado em conseguir itens do Iron Maiden, que é minha banda favorita, meu sonho de consumo é a Eddie's Head, uma caixa que tem o formato da Eddie, mascote da banda, que tem os olhos que piscam e toda a coleção do Maiden em CD's enhanced (multimídia), apesar de já ter esses CD's. Mas acho que essa “cabeça” na coleção seria sensacional.
Álbuns do Iron Maiden, formando o Eddie, capa do Iron Maiden (1980).
RNP: Vamos falar agora um pouco sobre música. O que você tem escutado ultimamente?
Rodrigo: Cara, basicamente rock e heavy metal (risos). Mas, ultimamente tenho ouvido algumas bandas mais novas como System of A Down , Queens Of The Stone Age. Mas, acabo sempre caindo nos clássicos (Maiden, Slayer , Sepultura, Metallica, Megadeth e Pantera). Gosto de estar sempre ouvindo de tudo.
Seasons in the Abyss (1990), do Slayer.
Vulgar Display of Power (1992), do Pantera.
RNP: Eu vi essa pergunta em uma entrevista e gostaria de repassá-la para você. De todos os álbuns que você já escutou na vida, eleja os 5 melhores.
Rodrigo: Vou enumerar os 5 que eu tenho na minha coleção :
1º - Iron Maiden – Piece Of Mind
2º - Metallica – …And Justice For All
3º - Megadeth – Rust In Peace
4º - Pantera – Vulgar Display Of Power
5º - Slayer – Seasons In The Abyss
Rust in Peace (1990), do Megadeth.
...And Justice For All (1988), do Metallica.
RNP: Chegamos ao fim do nosso pequeno bate-papo, esse espaço agora é seu, deixe uma mensagem para os nossos web-leitores fãs de rock’n’roll.
Rodrigo: Victor, agradeço a oportunidade de ter dado minha humilde colaboração para o blog. Desejo que todos continuem sempre ouvindo boa música, e se essa música for rock, melhor ainda...(risos).  E longa vida ao rock and roll!!

Com o perdão da palavra

Essa foi uma semana muito especial para os fãs do Pink Floyd, a banda acabou de re-lançar todo o seu catálogo em embalagens mais que especiais e com audio remasterizado. Para comemorar essa grande realização vários eventos aconteceram no mundo, como a re-edição da capa do Animals (1977) a dois dias atrás em Londres.
re-edição da capa do Animals (1977), no dia 26/09/11, em Londres.
capa do Animals (1977), para quem ainda não conhecia.
Dando continuidade, a banda acabou de disponibilizar um show inédito no YouTube, realizado em Wembley, ocasião em que a banda executou o Dark Side of the Moon (1973) na íntegra. O que queria chamar a atenção é justamente para a transmissão ao vivo deste show, confira só uma foto do site às 15:22, repare só na localidade dos fãs (clique na foto para vê-la ampliada):
screen-shot da transmissão ao vivo do show do Pink Floyd em Wembley, fãs do mundo todo compartilhando esse momento mágico.
O que queria dizer é que, com o perdão da palavra, só o rock'n'roll proporciona isso. Nessa mesma semana em que fãs de outros estilos tentaram denegrir a imagem do nosso bom e velho rock, eis aqui a sua resposta.

E detalhe, esse show estará disponível on-line apenas hoje, com transmissões a cada hora. Então, se você está lendo isso hoje, corra para e prestigie a magia do Pink Floyd.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sou colecionador: Desvendando o DVD-audio

capa do Fear of a Blank Planet (2007).
Pouco antes de publicar esse artigo, percebi que essa é a postagem de número 100 do Rock'N'Prosa. 100 vivas ao rock'n'roll.

Recentemente adquiri um novo ítem para a minha coleção, se trata do DVD-audio do Fear of a Blank Planet (2007), um dos melhores álbuns do Porcupine Tree (membro da nossa Galeria de Clássicos, confira AQUI). O que mais me motivou nessa aquisição, além de ser um grande álbum, foi a curiosidade de saber do que se trata realmente um DVD-audio.

Para início de conversa, até o começo do ano esse tipo de ítem não existia no Brasil, o primeiro que eu conheço que foi lançado de fato aqui foi a edição de 30 anos do Moving Pictures (1981), do Rush.

A mídia mais utilizada hoje para disseminar a música é o CD, mas algumas bandas ainda optam pelo velho vinyl. O vinyl comporta uma gama maior de frequências do que o CD, logo a sua qualidade é superior, mas muita gente não possui um tocador de discos, como é o meu caso. Foi pensando nisso que as bandas decidiram lançar seus álbuns no formato DVD-audio, pois hoje quase todo mundo possui um leitor de DVD.

O álbum em DVD-audio possui uma qualidade infinitamente melhor do que o CD, o som é mais limpo, você consegue distinguir os diversos instrumentos presentes, e em se tratando de uma banda como o Porcupine Tree isso meio que é essencial.
DVD-audio Fear of a Blank Planet (2007), do Porcupine Tree.
Em termos de mixagem o DVD-audio vem com dois tipos, uma 2.0 sem perdas (para quem não possui home theater) e uma 5.1 (para home theater). O termo "sem perdas" aparece porque as músicas são compactadas em termos de frequência para entrar no CD, e isso não acontece no DVD, dada a sua maior capacidade de armazenamento de dados. Entrando no DVD, a tela inicial é semelhante a um DVD qualquer de show, que nós já estamos cansados de ver, o que muda é na execução, em que apenas uma imagem estática com o nome da música fica na tela enquanto a qualidade do som toma de conta do ambiente.
menu principal do DVD-audio.
Se tiver a oportunidade de escutar no som 5.1 você poderá perceber diversas linhas de instrumento que estão no fundo da música e você acaba não percebendo. Na maioria dos casos esse tipo de produto vem com alguns bônus, no caso do Porcupine Tree a banda incluiu os filmes que passam nos telões dos seus shows enquanto executam as músicas, e além disso incluíram um EP, o Nil Recurring (2007), que eles gravaram junto com o álbum, também com uma excelente qualidade de som.
menu de escolha das músicas do DVD-audio.
Para quem gosta de música esse tipo de ítem é indispensável, e essa realidade não está muito longe do Brasil, porque o lançamento do Moving Pictures (1981) em DVD-audio abriu as portas do nosso mercado para esse tipo de produto. Que venham os DVD's-audio.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Memórias póstumas


Ultimamente os fãs de rock'n'roll estão se surpreendendo com a quantidade de materiais inéditos de suas bandas favoritas que estão sendo divulgados. Edições comemorativas de grandes álbuns, de bandas que até mesmos alguns de seus membros morreram, estão chegando aos fãs com muitos materiais extras e por assim dizer, raros.

A morte deixou de ser um empecílio para o lançamento de produtos, recentemente tivemos o relançamento de todo o catálogo do The Jimi Hendrix Experience em edições de luxo, com gravações que só o próprio Jimi Hendrix conhecia, pois nunca foram lançadas e nem mostradas aos produtores da época. Esse tipo de material fica com a família do músico, e até certo tempo atrás não existia o interesse em divulgá-los, mas hoje, o mercado clama por isso.

A próxima banda com relançamento marcado agora para 2011 é o Nirvana, do já falecido Kurt Cobain. O álbum Nevermind (1991) é o seu melhor trabalho e nesse ano está completando 20 anos. Os fãs da banda foram brindados com uma versão super luxo do álbum, com muitos bônus, o que inclui várias faixas que nunca antes chegaram aos ouvidos de nenhum fã.
edição comemorativa de 20 anos do Nevermind (1991), do Nirvana.
O porquê disso está saindo agora é justamente a demanda do mercado, com essa onda de downloads e pirataria na internet, as gravadoras passaram a investir no "colecionador". Então, qualquer gravação rara da banda é digna de entrar em uma "edição de colecionador", o que vem acontecendo nos dias de hoje. Além do Nirvana e do Jimi Hendrix, o Pink Floyd está relançando seus clássicos em edições especiais, incluindo muitas gravações raras, é claro. Destaque para a edição mega luxo ("super" é pouco) do álbum Dark Side of the Moon (1973), quem tiver interessado em adquirir, prepare o bolso (mais detalhes sobre essa versão AQUI).
Dark Side of the Moon (1973) e sua tonelada de bônus.
Mesmo depois do "fim" dessas bandas, elas continuam surpreendendo a sua fiel legião de fãs, e isso é muito bom porque assegura a imortalidade da música. Quem sabe se daqui a algumas décadas um álbum de inéditas dos Beatles ou até mesmo dos Rolling Stones pode ser lançado, só com gravações raras nunca antes vistas. Quem ganha com tudo isso é o fã, que pode conhecer mais sobre a sua banda favorita. Disse uma vez e volto a dizer: "A música é imortal".

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Brasil, o país do rock?

O Brasil é conhecido por muitos nomes, mas o nome de "país do rock" também pode ser muito bem aplicado. A maioria das pessoas acha que o rock'n'roll só se resume às bandas internacionais, que o nosso país não tem espaço para isso. Bem, até certo tempo atrás isso era bem verdade, mas não hoje. As pessoas que tem um mínimo de contato com o rock, conhecem apenas a cena "underground", que é formada pelas bandas que muitas vezes não tem oportunidade na mídia, e acham que todo o estilo se resume a isso.

O mercado musical do rock no Brasil nos ultimos anos deu uma guinada, as bandas que antigamente eram puramente "underground" estão tendo agora a oportunidade de crescer, e se tornar de fato uma grande banda. Isso está afetando várias áreas do mercado. Produtoras de vídeo, por exemplo, estão começando a trabalhar com essas bandas, produzindo grandes clipes, digno de bandas que estão na mídia, por assim dizer. As turnês internacionais estão sendo mais frequentes por essas bandas, e os lançamentos de álbuns na Europa e Japão mostram o poder que a música brasileira, ou melhor dizendo, que o rock brasileiro está ganhando no exterior.
Os irmãos Cavallera (Max à frente e Igor atrás) foram um dos responsáveis pelo crescimeno do rock brasileiro, primeiramente com o Sepultura e agora com o Cavallera Conspiracy.
O mercado nacional para esse estilo, que estava praticamente morto, voltou a crescer. Hoje, o país do Angra e do Sepultura é o país do Torture Squad, do Hangar, do Shadowside e do Almah também, bandas que conquistaram o mercado mundial e estão preparando novos trabalhos.

O Almah, banda encabeçada por Edu Falaschi (vocalista do Angra), irá lançar seu novo álbum, Motion (2011), agora no final de setembro e já prepara uma turnê mundial para divulgação, assim também como o Shadowside, da carismática Dani Nolden. O Shadowside é uma banda que prova que com organização, chega-se longe, o seu novo álbum, Inner Monster Out (2011) está entre os lançamentos mais aguardados do ano, confiram abaixo o vídeo o primeiro single do álbum, Angel With Horns:


O Hangar, banda do Aquiles Prister (um dos melhores bateristas do mundo, e uma das pessoas mais humildes que encontrei na vida, gente finíssima), depois de uma bem sucedida turnê de seu álbum Infallible (2010), está preparando um novo álbum para o próximo ano, inclusive, eles lançarão um álbum acústico com o nome Acoustic But Plugged In (2011), mostrando ainda mais a qualidade da banda. Esse lançamento do Hangar era algo que só existia nos sonhos das bandas há alguns anos atrás, o que mostra o poder que o rock brasileiro está ganhando no mercado.

Depois de tocar nos principais festivais da Europa, o Torture Squad (aquela banda mesmo, que uma vez ficou hospedada em frente à minha casa em Mossoró/RN) irá preparar um novo álbum, e se firmar cada vez mais no cenário musical nacional e mundial. Confiram abaixo um clipe do seu último trabalho, Aequilibrium (2010):



Eu sei que bandas ficaram de fora desses comentários, mas não quer dizer que sejam menos importante. O que queria mostrar é que o nosso país está voltando a respirar rock'n'roll, e isso é um ponto muito positivo culturalmente, porque deixa opção de escolha à nossa sociedade, que estava muito limitada justamente pelo "hiato" (sem querer desrespeitar os trabalhos produzidos nesse período) do rock agora no fim dos anos 90 e início dos anos 2000.

Se o futuro musical do Brasil estiver nas mãos dessas bandas, teremos anos brilhantes daqui para frente. E para encerrar com música, vamos ficar com o mais novo vídeo do Hangar, com a música Haunted by your Ghosts, que fará parte do novo álbum deles, e aqui está em sua versão acústica:




Espero ter oferecido a oportunidade de conhecer essas bandas a vocês, web-leitores, e saibam que no nosso país tem rock'n'roll de qualidade.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Festivais pelo Mundo

Com a proximidade do Rock In Rio e do SWU no Brasil, festivais de música voltados para a diversidade, decidi falar um pouco sobre os festivais de música ao redor do mundo, os que realmente são voltados para o rock'n'roll. Para o texto não ficar muito longo, irei só apresentar os festivais.

A idéia de um festival de música é promover a integração entre bandas e público, proporcionando vários shows, muitas vezes de estilos diferentes (ou escolas diferentes, como quiser chamar) dentro de um mesmo espaço. Os festivais ocorrem em lugares abertos, onde é possível reunir muita gente fã de música.

Os principais festivais do rock'n'roll ocorrem na Europa, e se os cristãos elegeram Jerusalém como ponto máximo de sua fé, os fãs de rock'n'roll elegeram a cidade de Wacken, na Alemanha.
logo tradicional do Wacken Open Air.
O Wacken Open Air, festival que ocorre todos os anos na Alemanha, é o maior festival de rock'n'roll do mundo, é o sonho de consumo de todo fã. Durante 4 dias 320.000 pessoas (80.000 em cada dia aproximadamente) presenciam o mais puro rock'n'roll, variando desde o death metal ao heavy metal. Várias bandas já gravaram DVD's e CD's no Wacken, dada a sua grande estrutura. Já passaram por lá grandes nomes como Iron Maiden, Heaven & Hell e Ozzy Osbourne, nos 20 anos de existência do festival.
Wacken Open Air.
O sucesso do Wacken é tamanho que assim que o festival acaba (em agosto) começam as vendas de ingresso para o outro ano, e as vendas duram aproximadamente 2 meses somente, ou seja, se quiser ir em 2012, corra para comprar seu ingresso agora.

O momento mais especial de todos foi com certeza o show do Heaven & Hell, em 2009. Logo após o show foi diagnosticado o cancer em Dio, e ele acabou por deixar esse mundo, então, o show no Wacken registrado em DVD, é o último show da sua carreira.
Heaven & Hell no Wacken.
Ainda na Europa ocorre o Graspop Metal Meeting, na Bélgica, que tem proposta semelhante ao Wacken Open Air, reunir bandas de rock'n'roll. Para citar outro grande festival, temos o Gods of Metal, na Itália e o Dynamo, na Holanda, festivais tão tradicionais quanto o Wacken, mas que não possuem a mesma fama do patriarca.
Graspop Metal Meeting, na Bélgica.
Mas, vocês podem está pensando que isso não serve para o Brasil, e eu digo que vocês estão enganados. O Brasil já sediou um festival do gênero, foi o Monsters of Rock. Esse festival aconteceu em 1998 em São Paulo e trouxe o Manowar, banda que estava vivendo o seu auge nesse período. Não sei por qual motivo, o festival acabou, tiveram edições no Brasil e Argentina inclusive.
Manowar no Monsters of Rock Brasil, em 1998.
Um festival desse tipo é um negócio, e o lucro é sempre visado. Festivais com o Wacken e o Graspop dão certo porque o público confia na organização e comparece, não importando a localidade, muitos brasileiros vão para a Alemanha todos os anos. E esse eu acho que é o "medo" de festivais como o Rock In Rio, que apostou no rock no início, mas agora está imerso em um mundo "pop", justamente pelo medo do não comparecimento do público.

Eu até concordo um pouco, porque entre trazer Rush e Black Eyed Peas, é mais seguro este último, justamente pelo fato dos fãs terem o perfil do público que vai para o festival. O único ponto negativo é que essas bandas, como o Rush, apesar de excelentes, vão continuar sendo "segundo plano" na nossa sociedade, mas, azar da sociedade, porque não sabe o que está perdendo.

Enfim, como prometido, não vou prolongar, espero que vocês tenham aprendido um pouco sobre os festivais, e de agora em diante não se espantem quando eu falar novamente no Wacken.