quinta-feira, 28 de julho de 2011

Nada está perdido

Já houve momentos na vida em que você olhou para todos os lados e viu tudo perdido? Que todas as esperanças tinham se esgotado? Bom, isso acontece com uma frequência muito grande, mas sempre devemos levantar a cabeça e dizer "nada está perdido". Surpreendentemente eu pensei nisso enquanto escutava AC/DC.

O AC/DC é uma banda australiana que começou nos anos 70, com as brilhantes atuações na guitarra de Angus Young e os vocais únicos de Bon Scott. Nesse período, entre 1973 e 1979, o AC/DC produziu verdadeiras relíquias, como o Let There Be Rock (1977) e o Highway to Hell (1979). Mas, durante a turnê deste último álbum, o vocalista Bon Scott foi encontrado morto depois de uma noite de muitas bebidas e drogas.
capa do Highway to Hell (1979).
Na mesma hora questionaram a continuidade do AC/DC, porque era praticamente impossível encontrar no mundo alguém que conseguisse reproduzir o estilo de Bon Scott. Mas, aí que surge o improvável, no momento em que todos os membros do AC/DC estavam para sair da banda, uma fita chega às mãos do empresário da banda, Peter Mensch, contendo justamente o perfil de vocalista que o AC/DC precisava. Depois de pouco tempo a banda voltou à ativa com Brian Johnson nos vocais.

E não para por aí. O Highway to Hell (1979), último álbum com Bon Scott, é um dos melhores álbuns do AC/DC, logo com a entrada de Brian Johnson a capacidade de composição da banda passou a ser questionada, ou seja, se eles ainda seriam capazes de compor um álbum tão bom quanto o seu antecessor. E é aí que a banda responde com força total.
Brian Johnson e Angus Young.
No ano de 1980 o AC/DC lançou o excelente Back in Black (1980), apontado por muitos como o melhor trabalho deles (apesar de grande fã de Bon Scott, me incluo também nessa leva). O impacto desse álbum foi tão grande que logo todo o álbum virou clássico, até hoje quase todo o Back in Black (1980) é executado nos shows do AC/DC, o que inclui: Hells Bells, Back in Black, You Shook me all Night Long e Shoot to Thrill.
capa do Back in Black (1980).
Além dessas músicas citadas, o AC/DC com Brian Johnson produziu mais clássicos, como For Those About to Rock (We Salute You) e Thunderstruck.

O AC/DC continua fazendo shows hoje em dia, recentemente eles percorreram o mundo com a sua Black Ice World Tour, que foi eleita como a 3ª turnê mais lucrativa da história, ficando atrás da 360º (do U2) e a Big Bang Tour (dos Rolling Stones).

O que fica de lição disso tudo é justamente o título, "Nada está perdido". Nunca diga "nunca", porque atrás de toda a fumaça o sol sempre brilha. E para terminar com AC/DC, "We ain't no legend, ain't no cause. And for those about to rock...we salute you!!"

terça-feira, 26 de julho de 2011

Galeria de Clássicos: Porcupine Tree - Fear of a Blank Planet (2007)

capa do Fear of a Blank Planet (2007).
Vamos já começando com uma polêmica, porque esse álbum não tem idade para ser um clássico, mas, já o considero como tal. Profetizando um pouco, daqui a alguns anos, tenho plena conficção de que o Porcupine Tree será apontado como o novo Pink Floyd. A banda é de um estilo único, consegue misturar peso e sequências harmônicas brilhantes em suas músicas.

Em outra oportunidade cheguei a recomendar o álbum In Absentia (2002) (confira AQUI) para vocês web-leitores escutarem, mas nada se compara ao Fear of a Blank Planet (2007), que é a maior obra-prima deles na minha opinião.

Com 50 minutos de duração distribuídas em 6 faixas, os britânicos do Porcupine Tree nos levam pela realidade atual do mundo nesse álbum, falando sobre a ilusão que muitos acreditam ser a vida. A banda conta com toda a intelectualidade de Steven Wilson (guitarra e vocal principal), John Wesley (guitarra), Gavin Harrison (bateria), Richard Barbieri (teclado e sintetizador) e Colin Edwin (baixo).
Porcupine Tree (da esquerda para a direita): Gavin Harrison, Richard Barbieri, Steven Wilson e Colin Edwin.
Esse álbum é de uma grandeza inimaginável, a abertura fica por conta das teclas do computador de Fear of a Blank Planet, anunciando que todo o planeta está condenado a viver "em branco", preso no mundo da internet.

Sem pausas, o álbum continua na brilhante My Ashes, e sua suave melodia. A letra fala sobre esperança, depois de toda a "destruição" anunciada na primeira faixa do álbum, o Porcupine Tree fala que ainda existe uma salvação. Ou, sendo mais específico, no refrão a banda nos diz: "E as minhas cinzas irão achar um caminho em meio à nevoa, e retornar para salvar a criança que eu esqueci", não precisa dizer mais nada. Todo o álbum foi executado ao vivo na turnê, e um show foi registrado no DVD Anesthetize (2010), de onde foram retirados esses vídeos abaixo:



O que mais gosto desse álbum é que você não pode escutar simplesmente uma única música, o álbum todo é uma sequência e deve ser respeitada. Por exemplo, My Ashes perde o sentido se não for escutada na sequência de Fear of a Blank Planet, e a maior obra-prima do Porcupine Tree, Anesthetize, também é assim.

Anesthetize é uma faixa épica com 17 minutos de duração, que nunca me canso de escutar, tamanha a sua grandiosidade. A quantidade de riffs presentes nela é gigantesca, não sei como a banda consegue memorizá-los e executá-los nos seus shows. Variações no ritmo da música também deixam ela melhor e não a torna cansativa. Analisando a letra, podemos ver que toda a luta que foi travada em My Ashes foi perdida, a personagem se isola em seu mundo, aliás, no nosso mundo. Podemos ver na letra frases como: "Apenas a MTV dita a filosofia, estamos perdidos no shopping andando feito zumbis entre as lojas". Que atire a primeira pedra quem não vive nesse mundo. Poucas pedras serão lançadas, eu sei. Essa é a música que define tudo o que o Porcupine Tree é, e é o ponto chave desse álbum.




Após toda a "eletricidade" de Anesthetize, a banda diminui um pouco o ritmo com Sentimental. O que gosto também do álbum é a sua sequência de fato, alterna entre músicas pesadas e mais lentas. Em Sentimental nos é mostrado a continuação do mundo após Anesthetize, em outras palavras, a vida dos filhos das pessoas que vivem hoje no mundo. Eles acabam seguindo a mesma estrada do consumismo e da ilusão que seus pais seguiram.  A letra mostra um certo arrependimento por parte da personagem, mas, mostra uma confusão na cabeça dela ao mesmo tempo.




A psicodélica Way Out of Here dá continuidade ao álbum, sugerindo que só nos resta fugir dessa "realidade", fugir da hipocrisia e da falsidade. Ou, como a letra diz: "E as janelas trancadas e cortinas fechadas, e eu apaguei minhas pistas. Me livrei do meu carro e vou até esquecer o meu nome".

A excelente Sleep Together encerra essa obra-prima do rock progressivo, misturando peso e os efeitos no sintetizador, dando um tom bem característico à música. Unindo desespero com dúvida, e ao mesmo tempo mostrando a solução para tudo, quando a letra nos diz: "Vamos dormir juntos neste momento, aliviar a pressão de algum modo, desligue o futuro neste momento, vamos dormir para sempre". A sensação que eu tenho ao escutar essa música é que a guerra travada no álbum não pode ser vencida, mas nós podemos escolher não se juntar à loucura do mundo, e é o que é sugerido na música.

Concluindo, o Fear of a Blank Planet (2007) apesar de prodígio, merece sim está na nossa Galeria de Clássicos, é um álbum muito rico musicalmente e traz uma temática que eu particularmente gosto bastante, o mundo atualmente.

Segue o track-list:
1.    "Fear of a Blank Planet" (Steven Wilson) – 7:28
2.    "My Ashes" (Richard Barbieri/Steven Wilson) – 5:07
3.    "Anesthetize" (Steven Wilson) – 17:46
4.    "Sentimental" (Steven Wilson) – 5:26
5.    "Way Out of Here" (Steven Wilson/Richard Barbieri/Colin Edwin/Gavin Harrison) – 7:37
6.    "Sleep Together" (Steven Wilson) – 7:28





segunda-feira, 25 de julho de 2011

Humor Hall #6

Voltando com mais "Humor Hall" aqui no Rock'N'Prosa, a coluna que nos mostra que apesar de todo o peso e agressividade, que muitos acham ser o rock'n'roll, também existe diversão.

Em uma passagem rotineira por uma loja de discos, um CD em particular me chamou a atenção. Tive a ligeira sensação de já ter visto a capa daquele CD em outro lugar, enfim, as imagens são auto-explicativas:

capa do Let It Be (1969). A título de curiosidade, esse álbum foi o último lançado pelos Beatles, mas não o último gravado. O último álbum gravado foi o Abbey Road (1969), que foi lançado pouco tempo antes do Let It Be (1969).
Coincidentemente o CD em questão é um álbum religioso. Gostaria apenas de dizer que não é intenção do Rock'N'Prosa, de forma alguma, gerar debate religioso, porque acredito que a religião é propriedade intelectual de cada indivíduo e essa propriedade não deve ser invadida por ninguém.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Nós também fazemos covers pt. IV

Vamos voltando com mais covers aqui no Rock'N'Prosa, com uma das melhores músicas que eu escutei nos últimos tempos e com a maior surpresa para mim de todas as histórias que a minha coleção tem. Eu me sinto na obrigação de compartilhar ela com vocês, para todos aprendermos a lição de que a alegria está onde menos se espera. Muito profundo isso, não?

Enfim, vamos lá. Em uma das minhas andanças volto para casa com o Never say Die (1978), álbum que marcou a despedida de Ozzy Osbourne do Black Sabbath. 
capa do Never Say Die (1978).
Eu sempre li que esse álbum é o pior do Black Sabbath e comprei mais só porque gosto da música Never Say Die. Quando cheguei em casa escutei só ela e guardei o CD, e ele ficou lá esquecido na minha coleção.

Mais ou menos 1 ano depois, enquanto escutava o novo álbum do Black Label Society, The Songs Remains Not the Same (2011), uma música me chamou a atenção por sua melodia e por sua brilhante letra. Esse álbum do Black Label Society é composto por versões acústicas de músicas do Black Label Society e alguns covers.

E é aí que entra o melhor de tudo, a música que tinha chamado a minha atenção se chamava Junior's Eyes, e num belo dia decidi ir atrás da versão original dela, que não fosse a acústica. E o que eu descubro? Descubro que essa música é do Black Sabbath, justamente do álbum Never Say Die (1978), que eu não tinha escutado todo.

De qualquer modo, essa é uma das melhores músicas do Black Sabbath para mim, e desde então olho o álbum Never Say Die (1978) com outros olhos, talvez com os olhos de Júnior. A letra é brilhante, fala sobre sentimentos, em outra oportunidade analiso ela como ela merece.

Fiquem agora com a versão original, do Black Sabbath:



E vejam agora a versão acústica do Black Label Society, que é minha versão favorita dessa música:


Espero que tenham gostado das versões e até a próxima com mais covers aqui no Rock'N'Prosa.

sábado, 16 de julho de 2011

Prosa Rock: Indo para Abbey Road

Fiquei um certo tempo pensando sobre o que escrever para a coluna "Prosa Rock", e depois de não ter idéias, decidi pegar um trem e ir direto para Abbey Road.
Vista externa dos estúdios Abbey Road.
A Meca ou a Jerusalém dos Beatlemaníacos, Abbey Road é onde está localizado o tradicional estúdio que foi responsável pela produção de todos os álbuns dos Beatles. Por lá passou, além dos Beatles, o Pink Floyd. Essas duas bandas foram responsáveis por uma das maiores revoluções na história da música em termos de gravações de álbuns.

Basta dizer que não é qualquer lugar no mundo que pode dizer que produziu o Rubber Soul (1965) e o Dark Side of the Moon (1973), duas relíquias da música, de duas grandes bandas. Os estúdios Abbey Road foram tombados como patrimônio histórico em 2009 pelo Governo Britânico.

Os estúdios Abbey Road possuem uma atmosfera tão boa que hoje em dia, bandas que não gravaram álbuns lá, vão ao estúdio para ensaiar, como é o caso da série televisiva Live From Abbey Road. Grandes nomes do rock'n'roll passaram pela série, dentre eles o Iron Maiden, que foi a Abbey Road executar duas de suas músicas. O que acho interessante na série Live From Abbey Road é que podemos ver as bandas fazendo o que eles realmente gostam,  não tem encenação, são só 6 caras se divertindo. Assim como o Iron Maiden passaram por lá Dave Mathews Band, The Mars Volta, David Gilmour, entre outros grandes nomes do rock'n'roll.

Steve Harris (baixo) e Janick Gers, do Iron Maiden, no Live From Abbey Road.
Toda a atmosfera de Abbey Road inspirou o último álbum dos Beatles. A banda já estava mais para lá do que para cá, quando eles decidiram se reunir para produzir um último álbum, meio como uma despedida. 

Nesse período os 4 beatles estavam com suas carreiras solos bem encaminhadas, George Harrison estava produzindo o All Things Must Pass (1970) e Paul McCartney produzindo o McCartney (1970), mas mesmo assim houve uma reunião para a produção de um último álbum dos Beatles.

Sei que é uma responsabilidade grande escrever sobre esse álbum, e sei que vão aparecer muitas correções nessa postagem, mas isso é o lado bom da discussão. Enfim, em 1969 os Beatles lançaram o Abbey Road (1969), o seu último e, na minha opinião, melhor álbum. A capa do álbum é inconfundível, com os 4 beatles atravessando a rua que dá acesso ao estúdio.
capa do Abbey Road (1969).
O interessante sobre essa capa são os diversos elementos presentes. Para início de conversa, há alguns anos antes do lançamento do álbum, quando os Beatles pararam de fazer shows, surgiu o boato de que Paul McCartney havia morrido, e isso foi continuando no decorrer dos anos. No encarte do Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967), Paul McCartney aparece de costas, e na capa do Abbey Road (1969) foram incluídos vários elementos para dizer que Paul realmente estava morto.

Na capa vemos os 4 beatles atravessando Abbey Road, uma foto clássica, o "Paul McCartney" da capa não seria o verdadeiro Paul, seria um sósia, e ele está descalço. Isso, na cultura hindú, é um sinal para a morte. Ringo Starr está vestido de "motorista de carro fúnebre", outro sinal para a morte de Paul. Se vocês olharem para a esquerda da foto verão um Fusca estacionado (o nome do carro é Beetle na Inglaterra), e na placa do carro tem escrito "28IF" (em tradução-livre, "28 se"), ou seja, Paul teria 28 anos se "vivo".

O mais interessante na capa,apesar de tudo isso é o cidadão que está do lado direito, mais ao fundo. Ele foi descoberto um dia desses (vejam matéria mais detalhada no Collector's Room, AQUI), ele se chama Paul Cole, e no momento da foto ele estava conversando com um policial, e viu, como ele disse numa entrevista "quatro arruaceiros atravessando a rua".

Recentemente surgiu na mídia uma foto histórica, que são os 4 beatles esperando em fila para atravessar Abbey Road, mas primeiro, esperaram uma senhora atravessar, fazendo jus à educação conservadora britânica.
Nos preparativos para atravessar Abbey Road, e entrar para a história.
Enfim, tudo isso se passou no universo Abbey Road, um lugar mágico e que respira música 24 horas por
dia.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sou colecionador: Os Bootlegs

Quem dera essa fosse a minha coleção, mas não é, é só para ilustrar.
 A coluna "Sou colecionador" está pouco movimentada, a idéia original de fazer entrevistas não vigorou muito. Então, decidi acrescentar a ela algumas curiosidades sobre o mundo das coleções, um pouco de saudosismo também. De qualquer forma, espero que gostem.

A maioria das pessoas define o "bootleg" como sendo um produto pirata qualquer de uma determinada banda, mas para mim ele é algo mais que isso. Pirata é pirata e bootleg é bootleg. Não sei se estou errado, por favor me corrigam, mas o bootleg é um produto não-oficial, ou seja, ele não existe originalmente no catálogo da banda em questão, diferente de um produto pirata, que é uma cópia de um produto do catálogo original da banda.

Enfim, o motivo que me leva a escrever sobre isso é que ontem me lembrei de como eram os bootlegs na época em que comecei a escutar rock'n'roll. Felizmente ainda peguei a fase antiga, antes que a internet viesse e infectasse todo mundo.

Para início de conversa, um bootleg é, em quase na totalidade dos casos, um show da banda gravado de forma amadora, seja em audio ou em vídeo. Particularmente gosto mais dos bootlegs em vídeo, porque você pode observar a banda sempre mais à vontade do que nos DVD's.

No início dos anos 2000, a banda larga da internet ainda não tinha atingido todos os cantos do Brasil, o que fazia com que os bootlegs se propagassem da maneira antiga, ou seja, de mãos em mãos. Ainda cheguei a pegar alguns em VHS, e ainda os tenho. A magia do bootleg é a sua raridade, poucas pessoas o tem, e o melhor é a troca. Por exemplo, eu tenho um show do Iron Maiden filmado em Londres, e uma outra pessoa tem um show do Pink Floyd em Roma, como colecionadores, nós podemos copiar nossos bootlegs e trocar. Essa era a magia de antigamente, porque a única forma de ter mais bootlegs era essa, tudo era analógico, não digital.

Com as músicas em audio era até mais interessante, mas isso eu não cheguei a fazer, não sou muito velho. Antes das músicas em MP3 dominarem tudo, muito disso devido ao Napster, as músicas eram trocadas entre os fãs em fitas K7. Como funcionava tudo? Algumas rádios independentes incluiam rock'n'roll em sua programação, então, armado de um gravador e uma fita o fã gravava aquela música. Quando outras pessoas gostavam, copiavam aquela música para suas próprias fitas K7, e assim a música se espalhava. O interessante é que muitas vezes, as bandas que tocavam nas rádios não tinham CD's lançados no Brasil (ou em outros países) ainda. Isso aconteceu com o Scorpions nos anos 80, quando a União Soviética não era aberta a bandas de rock, na ocasião de um show deles lá, muitos dos fãs conheciam as músicas por causa das fitas K7 passadas de mão em mão.

Ainda vivenciei o período de ligação entre essa fase e a nova fase da música, os downloads. Hoje, podemos baixar um álbum inteiro em poucos minutos. Mas, ainda vivi o tempo em que levávamos horas para baixar uma única música, isso ainda proporcionava as trocas entre fãs, através de CD's. Ainda tenho guardado alguns CD's, do início, com falhas em algumas músicas de tanto eu escutá-las.

Hoje, com a internet banda larga dominando todos os cantos do mundo, isso meio que acabou. O mundo é hoje digital, até os vídeos são digitais, os velhos VHS quase que não existem mais. E isso facilita a disseminação de tudo pela internet, eu mesmo, hoje, posso adquirir diversos bootlegs sem sair de casa, através de downloads. O lado bom é que podemos ter mais bootlegs, mas eles não possuem o mesmo valor de antigamente, onde eram quase que como um troféu para a coleção.

De qualquer modo, o bom de ter vivido aquela época é poder olhar para o mundo hoje e ver como tudo era no começo.

domingo, 10 de julho de 2011

Pure Rock: Especial Bon Scott

Bon Scott.
Por onde começar? Para mim Bon Scott foi um dos melhores vocalistas de todos os tempos, com um timbre único de voz. Se fosse vivo, ontem, ele estaria completando 65 anos de idade. Ontem não tive tempo de postar esta homenagem, mas me aconteceu algo que me ligou à Bon Scott. Em uma passagem despretenciosa pela loja de discos, encontrei o Highway to Hell (1979), apontado por muitos como um dos melhores álbuns do AC/DC, e que nunca tinha tido a oportunidade de escutar.

Sempre tinha escutado mais a fase Brian Johnson do AC/DC, mas cada vez que me aprofundei na fase Bon Scott, vi o quão grande ela foi, e posso dizer hoje que é a minha fase favorita no AC/DC. Eu era um típico fã do "AC/DC Back in Black" (fase Brian Johnson, após a morte de Bon Scott), até que um dia me arrisquei a comprar o High Voltage (1976) e o épico ao vivo If You Want Blood You've Got It (1978), e vi todo o potencial que tinha por trás de Bon Scott.
Estátua de Bon Scott, inaugurada em Fremantle (Austrália) em 2008.

Enfim, no seu aniversário de 65 anos, nada mais justo do que dedicar um "Pure Rock" inteiro a essa grande figura.

#1 - AC/DC - It's a Long Way to the Top (High Voltage, 1976)
Vamos começar logo pela primeira música do primeiro álbum do AC/DC. Essa é a minha música favorita do AC/DC e para mim ela traduz tudo aquilo o que a banda é, rock'n'roll puro.



#2 - AC/DC - Dirty Deeds Done Dirt Cheap (Dirty Deeds Done Dirt Cheap, 1976)
Essa é uma das músicas mais clássicas do AC/DC e é executada em todos os shows da banda até os dias de hoje. Ela foi inspirada em um desenho animado que Angus Young assistia quando criança.




#3 - AC/DC - Let There be Rock (Let There be Rock, 1977)
O Let There be Rock (1977) é um dos melhores álbuns do AC/DC, daria para fazer um "Pure Rock" só com músicas dele, mas para homenagear os outros álbuns, iremos escolher apenas uma música dele, que é a sua faixa-título. O que gosto de Let There be Rock é a criatividade que a banda teve de usar as palavras da Bíblia cristã para falar sobre a criação do rock'n'roll. Em outras palavras, Deus disse: "Faça-se a luz, façam-se as guitarras e faça-se o rock'n'roll" ("let there be light, and let there be rock", em tradução-livre para o inglês).




#4 - AC/DC - Sin City (Powerage, 1978)
O álbum Powerage (1978) é famoso pela sua turnê, que originou o ao vivo If You Want Blood You've Got It (1978), um dos melhores álbuns ao vivo de toda a história da música. Não cheguei a escutar o Powerage (1978) na íntegra, mas das músicas que pude escutar, Sin City é um dos pontos fortes do álbum.




#5 - AC/DC - Highway to Hell (Highway to Hell, 1979)

Por fim, acabando com a despedida de Bon Scott do mundo do rock'n'roll. Após a turnê do Highway to Hell (1979), enquanto a banda preparava o que viria a ser o Back in Black (1980), Bon Scott faleceu após uma noite de pesadas bebidas e drogas. Mesmo assim, esse álbum foi uma despedida à altura, do jeito que ele merecia. Assim como o Let There be Rock (1977), poderia dedicar a coluna inteiramente à esse álbum, tamanha a sua grandiosidade. Highway to Hell é um dos maiores clássicos do AC/DC, então, para finalizar, vamos embarcar nessa estrada e apreciar essa fantástica música.

sábado, 9 de julho de 2011

Humor Hall #5

Voltando com a coluna mais divertida do mundo rock'n'roll, o nosso Humor Hall. Vamos continuar com a nossa série de sósias.

Dessa vez percorremos lugares mais distantes do mundo, fomos da Terra-Média à Paraíba:
Essa foto de Sir Ian McKellen (personagem Gandalf) foi tirada no set de filmagem do filme O Hobbit, na ocasião ele estava vendo como a filmagem 3D do filme estava ficando. E para quem não conhece, Billy Gibbons é guitarrista do ZZ Top.
Zé Lezin dispensa apresentações, e Ritchie Blackmore foi guitarrista do Deep Purple e Rainbow.
 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Rock e culinária, tudo a ver

De todas as combinações possíveis na vida, acho que ninguém nunca pensou antes em unir o rock'n'roll, mais especificamente o black metal, à culinária.
Brian Manowitz, o Vegan Black Metal Chef, em sua cozinha Black Metal.
Bem, essa foi a audácia de Brian Manowitz, grande fã de black metal e que tem a cozinha como um dos seus hobbies. Brian ensina em seus vídeos receitas de dieta vegana diversas (a dieta vegana não envolve nada de origem animal, maiores informações AQUI). Mas, as receitas não são preparadas em um ambiente "Ana Maria Braga" de ser, são preparadas em um universo black metal.

Em outras palavras, temos espadas, altares, pentagramas e o melhor, o preparo é narrado em forma de uma música de black metal. Eu particularmente gostei muito dos vídeos, e não sou o maior fã de black metal, mas o ambiente em si é bem engraçado. 

O Vegan Black Metal Chef, como ele é chamado, produziu três episódios até o presente momento, onde ensina aos fãs ou não de black metal, a fazer verdadeiras refeições veganas. O projeto tem como propósito mostrar o que pessoas adeptas do veganismo comem, e ajudar as pessoas a preparar boas refeições, tudo regado com muito bom humor e música.

No primeiro episódio da série, ele nos ensina a fazer um autêntico Pad Thai. O Pad Thai é um prato tipicamente tailandês, feito a partir do cozimento de macarrão de arroz com diversas especiarias, como "tofu", amendoim, etc.:


No segundo episódio o Vegan Black Metal Chef mostra como preparar uma série de rápidas refeições, como purê de batatas com feijões cozidos e milho:




E no terceiro e último episódio, até o momento, ele ensina a preparar uma série de sushis, com direito a sushi de runas viking (para enxergar o futuro) e de pedaços de metal, claro que brincando, mas o principal sushi é o sushi de aspargo frito:



O que gosto no Vegan Black Metal Chef é que mostra que por trás de todo fã de metal (não só de black metal, ou rock'n'roll em geral), existe uma pessoa normal com talentos, como todo mundo. Para quem se interessar em saber mais sobre o Vegan Black Metal Chef, acesse o seu site oficial clicando AQUI.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Barulho?

Se você acha que rock'n'roll é só barulho, e não tem nada de semelhança com a música clássica. Pare e veja esse vídeo. Um dos maiores clássicos de todos os tempos, Stairway to Heaven, do Led Zeppelin, executada com piano, violino e violoncelo:



Agora o "barulho" diminuiu um pouco, não?

sábado, 2 de julho de 2011

Sem fronteiras para a música

projeto Playing for Change.

O que seria a vida sem música? Para mim, seria um verdadeiro vazio. Costumo dizer que minha vida é uma trilha-sonora. Tenho músicas para todos os momentos imagináveis, e pelo que ouvi das pessoas, não estou sozinho nessa.

A música afasta as energias ruins em prol de uma única coisa, a união das pessoas. Já escrevi sobre isso em outra postagem, mas nunca é demais relembrar.

A maioria das pessoas já deve conhecer o projeto Playing for Change, em que alguns produtores saíram filmando músicos de rua executando uma música em comum, e depois juntaram todos em uma única faixa. Em outras palavras, temos um percussionista tocando no México, junto com um brasileiro tocando cavaquinho na Lapa (no Rio de Janeiro/RJ) e um vocalista na Holanda. Todos em perfeita harmonia.
gravações do Playing for Change com músicos de rua.
 Isso é o que me fascina na música, ela é atemporal e agora, as barreiras geográficas deixaram de ser um obstáculo para a união das comunidades do mundo.

Se você não conhecia o Playing for Change, eis o vídeo produzido com Stand by Me, do John Lennon. Vale a pena conferir, assistindo o vídeo acho que vocês conseguirão entender tudo aquilo que tentei descrever mais acima:

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Roger Waters vem aí

Pôster da turnê The Wall Live.
Hoje (01/07) amanhecemos com a notícia de que Roger Waters trará a sua mega-turnê The Wall Live para o Brasil para 4 apresentações no mês de março do próximo ano: dia 17 em Porto Alegre (Estádio Beira-Rio), 22 e 23 em São Paulo (Estádio Morumbi) e 25 no Rio de Janeiro (Estádio Engenhão).

Mas, o que realmente é esse show? Qual a sua dimensão? É algo que está além da imaginação de qualquer um. O show da The Wall Live é uma re-edição do show criado para a turnê do álbum The Wall (1979), do Pink Floyd, no início dos anos 80.

Apontado por muitos como um dos melhores trabalhos do Pink Floyd, o The Wall (1979) mistura elementos da vida de Roger Waters e Syd Barrett e conta a história de Pink. Pink é um garoto que viveu na Inglaterra por volta dos anos 1940, e perdeu seu pai na Segunda Guerra Mundial. Depois de uma infância conturbada (devido à tirania dos professores e à super-proteção de sua mãe), Pink se torna uma grande estrela da música, e depois de ter consumido muitas drogas ele enfim termina a construção do seu muro.

O muro foi a simbologia adotada para o isolamento completo de Pink do contato humano, cada trauma sofrido por ele representa um tijolo nesse muro. Dentro do seu muro Pink é um ditador neo-nazista, que pune os fãs que ele julga não serem dignos da sua atenção. Ao final de tudo, ele próprio se julga, e se condena a quebrar o seu muro, sendo exposto ao mundo exterior.
Roger Waters e o coral em Another Brick in the Wall (pt. II).
Escutar o álbum The Wall (1979) é uma grande experiência, comparo à sensação de escutar o Dark Side of the Moon (1973) na íntegra. Apesar de ser um álbum do Pink Floyd, The Wall (1979) foi baseado na vida de Roger Waters e composto quase na íntegra por ele. Dois dos maiores clássicos do Pink Floyd saíram desse álbum, que são Another Brick in the Wall (pt. II) e Comfortably Numb, com o inconfundível solo de David Gilmour, um dos melhores da história da música. Em outra oportunidade escreverei uma resenha mais completa sobre o The Wall (1979), o álbum possui muitos detalhes e curiosidades.

Voltando à turnê do The Wall (1979), nos anos 80, Roger Waters imaginou um show bem teatral, lotado de efeitos especiais, e é exatamente esse show que ele trará para o Brasil no ano de 2012.

O álbum The Wall (1979) é executado na íntegra no show. O início da apresentação com In the Flesh, apresenta Roger Waters e sua banda para todo o público, mas, no decorrer da história da vida de Pink, um muro gigantesco com paineis de led vai ser sendo construído no meio do palco, separando a banda do público.
Palco da The Wall Live, destaque para o imenso muro construído ao longo do show.

Aproximadamente na metade do show, que tem 2 horas de duração, um gigante muro com 11 metros de altura está construído no palco. Para que, após o julgamento de Pink, o mesmo seja destruído e traga novamente a banda para junto do público.

Não cheguei a assistir muitos vídeos da turnê, mas, para quem estiver pensando em ir, será uma experiência para o resto da vida. Ainda não foram divulgados os preços, mas no dia 19 de setembro estarei fazendo virgília na internet para garantir o meu ingresso.

Então, web-leitores do Rock'N'Prosa, para quem ainda não conhecia Roger Waters...ele vem aí.