sexta-feira, 24 de junho de 2011

A Letra: Os Cegos do Castelo (Titãs)

Voltando com mais "A Letra" aqui no Rock'N'Prosa, a coluna mais aberta à participação no nosso blog. E hoje estamos contando com a participação especial mais uma vez de Paulo Freire, Thiago Costa e especialíssima de Luana Cabral, seja muito bem vinda à nossa coluna "A Letra". 
Nando Reis.
Uma das minhas bandas nacionais favoritas é o Titãs, e de suas músicas, uma das que mais gosto é Cegos do Castelo. Essa música foi composta por Nando Reis e lançada originalmente pelo Titãs em seu álbum Acústico MTV (1997).

Existem vários pontos de vistas diferentes com relação à letra de Os Cegos do Castelo, existem pessoas que dizem que Nando a escreveu depois que ele conseguiu se livrar das drogas, e existem pessoas que dizem que essa é a música com conteúdo mais ateu de todos os tempos.

Particularmente, sempre acreditei na versão "drogas", porque Nando brilhantemente usou a figura dos "Cegos do Castelo" para falar do mal que as drogas lhe causaram, em outras palavras: "Dos Cegos do Castelo me despeço e vou...". 

Ele também reconhece que as drogas o afastaram de todos, principalmente quando diz que "não quer mais mentir e usar espinhos que só causam dor". E finalizando a música ele nos diz que precisa de uma companhia, para poder se recuperar por completo, ou aliás, para provar que conseguiu se recuperar. Isso fica claro quando ele se prepara para o refrão: "E se você puder me olhar, se você quiser me achar, se você trouxer o seu lar.", e termina dizendo que "vai cuidar do seu jardim" e do "seu jantar".

Com essas explicações, a versão "drogas" fica bem clara, pelo menos para mim, porque tudo realmente faz sentido.

Paulo "Kael" Freire: Observando a letra eu vejo que ela fala de alguém que se desiludiu com alguma coisa. Ele foi atraído por algo, e quando a conheceu de verdade, perdeu o interesse por ela. Quando isso aconteceu ele decidiu seguir sua estrada, vagando, e acabou por encontrar o seu caminho. Um caminho fora daquilo tudo, ou em outras palavras, um caminho onde ele encontrou o que ele realmente era.

Luana Cabral: A primeira pergunta que surge, pra mim, é quem são esses cegos do castelo? Eu? Você? Todos nós. Por isso, quando a letra diz: "a pé, até encontrar um caminho, um lugar, pro que eu sou" é como um êxtase, sabe? Um grito de liberdade. Os Cegos do Castelo foi uma das primeiras músicas que escutei dos Titãs e me apaixonei pela banda, pelo rock e por tudo que ele representa e representou durante minha adolescência, principalmente. Descobri as músicas com “letras”, e como elas podem ser espelhos nossos. E o final da letra, quando diz “Eu cuidarei do seu jantar/Do céu e do mar, e de você e de mim...” Quem pode resistir??

Essa música sempre foi mais do Nando do que do Titãs, motivo pelo qual o Titãs nunca a executou muito ao vivo, deixando o espaço para Nando Reis executá-la quase na totalidade dos seus shows. A versão executada por Nando é sensacional, ele inicia a música de forma lenta e vai progredindo até que toda a sua banda o acompanha. Me faz lembrar a versão de Something, executada por Paul McCartney.

Mas, como tudo na vida, essa música tem outro lado também. Vou tentar explicar a outra interpretação que é dada a ela. Para começar, há quem diga que os "Cegos do Castelo" não são as drogas, e sim os Cristãos.

Se olharmos cada verso da música, podemos ver que isso faz um pouco de sentido. Quando Nando se despede dos "Cegos do Castelo" e segue o seu próprio caminho, seria o momento em que ele passou a negar tudo aquilo de religião que provavelmente lhe foi ensinado. E ele ainda complementa dizendo: "a pé até encontrar um caminho, um lugar, para o que eu sou", em outras palavras, ele passou a formar a sua própria crença.

Thiago Costa: Creio que toda a magia da letra, toda a luz para que o entendimento da musica em questão seja esclarecida, se encontra na primeira estrofe. Lendo ela atentamente podemos ver um anseio de liberdade, de quebrar as algemas, de partir para algo novo, ou de apenas deixar de lado algo tão batido e estupido como igreja, religião e ademais.

E assim como na versão "drogas", Nando diz que se tornou uma pessoa melhor. Apesar de toda a sua crença, ele diz que irá cuidar "de você e de mim", ou seja, continuará sendo uma boa pessoa.

Paulo "Kael" Freire: Resumindo, na vida nós somos atraídos para longe do que realmente nós somos.

Se vocês analisarem os dois lados, vemos que ambos fazem muito sentido, nunca vi nenhum depoimento do Nando Reis explicando qual a verdadeira versão dessa música, a dúvida continua no ar.

Veja agora a letra de Os Cegos do Castelo, retirada do site Terra:

Os Cegos do Castelo

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno que me atraiu
Dos cegos do castelo me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, o lugar
Pro que eu sou


Eu não quero mais dormir
De olhos abertos me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou


E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim

Esse foi mais um "A Letra" aqui no Rock'N'Prosa, até a próxima.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dica de álbum: Porcupine Tree - In Absentia (2002)

capa do In Absentia (2002).
 Para quem não conhece, lhes apresento o Porcupine Tree. Uma banda que até pouco tempo atrás não conhecia, mas hoje é uma das minhas bandas favoritas. A banda surgiu do sonho de Steven Wilson, grande fã do Pink Floyd, em homenagear seus ídolos. O Porcupine Tree faz um rock progressivo de alta qualidade, variando entre músicas estilo Wish You Were Here até Echoes, para só os fãs do Pink Floyd entenderem.
Porcupine Tree (da esquerda para a direita): Richard Barbieri (teclado), Steven Wilson (guitarra e vocal), Gavin Harrisson (bateria) e Colin Edwin (baixo).
Brincadeiras à parte, as músicas são de uma simplicidade e de uma complexidade fora do comum, sei que pareceu meio paradoxal, mas é isso. Eles possuem excelentes álbuns, mas o In Absentia (2002) foi o primeiro que eu escutei, por isso fica a dica dele aqui. "In Absentia" vem do latim, e significa "em ausência", mas, de tudo, não há ausência de música de qualidade nesse álbum.

O álbum abre com a explosiva Blackest Eyes, seguida pela poderosa Trains, a minha favorita do álbum. Ainda estão presentes no álbum The Sound of Muzak, a música que o Porcupine Tree se apresentou para mim, e a épica Prodigal.

Enfim, como isso não é uma resenha, não vou me prolongar muito. Para quem é fã de Pink Floyd e gosta de um bom rock progressivo, não vai se arrepender de escutar o Porcupine Tree.

Segue o track-list do álbum:
1.     "Blackest Eyes" (Steven Wilson) - 4:23
2.     "Trains" (Steven Wilson) - 5:56
3.     "Lips of Ashes" (Steven Wilson) - 4:39
4.     "The Sound of Muzak" (Steven Wilson) - 4:59
5.     "Gravity Eyelids" (Steven Wilson) - 7:56
6.     "Wedding Nails" (Richard Barbieri, Steven Wilson) - 6:33
7.     "Prodigal" (Steven Wilson) - 5:32
8.     ".3" (Steven Wilson) - 5:25
9.     "The Creator Has a Mastertape" (Steven Wilson) - 5:21
10.     "Heartattack in a Layby" (Steven Wilson) - 4:15
11.     "Strip the Soul" (Colin Edwin, Steven Wilson) -    7:21
12.     "Collapse the Light into Earth" (Steven Wilson) - 5:54

terça-feira, 21 de junho de 2011

Humor Hall #4

A sua coluna de humor favorita hoje foi buscar os sósias dos famosos no mundo rock'n'roll. As vezes andando nas ruas nos deparamos com pessoas que nos fazem lembrar alguém famoso, não é? Bem, no rock'n'roll isso também acontece, à medida que for me lembrando dos sósias vou postando para vocês. Por enquanto fiquem com esses, qualquer semelhança é mera coincidência...

Para quem não sabe, Timo Kotipelto é vocalista do Stratovarius, e Mariana Ximenes, dispensa comentários.
Acredite, não é a mesma pessoa. E para quem não conhece, Roger Waters foi baixista e a cabeça pensante do Pink Floyd.
Bem, esse foi mais um Humor Hall, tentando trazer um pouco de alegria no seu universo rock'n'roll. Até a próxima.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Nós também fazemos covers pt. III

Hoje vamos falar de uma música, que para início de conversa eu nem sabia que era um cover. Não é de hoje que Bob Dylan é um dos maiores compositores de todos os tempos, até os Beatles reconheciam isso.

E o que acabou por acontecer é que a minha música favorita de Jimi Hendrix é uma composição de Bob Dylan. Sempre achei que All Along the Watchtower traduzia toda a essência de Jimi Hendrix, com seus solos e riffs, e além do mais a música se encaixa perfeitamente na sua voz grave. Pois bem, ela é um cover.

Depois que descobri isso fui escutar a versão de Bob Dylan, acho que já estou tão acostumado com a versão de Jimi Hendrix que estranhei um pouco a versão original dessa música.

Então, confira a versão original de All Along the Watchtower, do Bob Dylan:



Agora a versão mais explosiva do The Jimi Hendrix Experience:

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Aquele que chegou onde queria

Sempre ouvimos muito falar sobre não desistir dos sonhos, e lutar por aquilo que se quer. Bem, o rock'n'roll mais do que qualquer coisa no mundo é uma fábrica de sonhos. Os sonhos vão desde assistir um simples show à ingressar em uma grande banda. Lembro-me de quando ainda era "moleque", com meu recém-comprado Rock in Rio (2002), do Iron Maiden, ficava imaginando se um dia poderia assistir a um show daqueles.

Enfim, a mensagem é: "Se você acredita nos seus sonhos, eles se realizarão". E é justamente aí que entra o tema de hoje no Rock'N'Prosa.

Já falei aqui inúmeras vezes que o Judas Priest é uma das maiores bandas de todos os tempos, ou, em outras palavras, são os "Deuses do Metal" em pessoa. A banda viveu o seu auge na década de 80, com sua formação clássica: Rob Halford (vocais), K. K. Downing (guitarra), Glen Tipton (guitarra), Ian Hill (baixo) e Scott Travis (bateria). No início dos anos 90, após o lançamento do Painkiller (1990), membro da nossa "Galeria de Clássicos", Rob Halford deixa a banda. Nesse momento começaram a surgir os rumores de quem substituiria Halford nos vocais.

Depois de várias audições, com grandes nomes do rock'n'roll na época, eis que surge o inesperado. A vaga foi preenchida por Tim Owens, que era vocalista de uma banda cover do Judas Priest, ou seja, um completo desconhecido. As habilidades vocais de Tim "Ripper" Owens são indiscutíveis, não tinha ninguém mais perfeito que ele para assumir os vocais do Judas Priest.
Tim "Ripper" Owens.
Essa história toda virou um filme. Em 2001 a Warner Bros. lançou Rockstar, estrelado por Mark Wahlberg e Jennifer Aniston. O filme faz uma alusão à história de Tim Owens, mas, não sei por qual motivo, a banda no filme se chama Steel Dragon e o vocalista em questão é Chris Cole (papel de Mark Wahlberg). Além de uma excelente trama, o filme traz uma trilha-sonora bastante inovadora, com as "músicas" do Steel Dragon, compostas especialmente para o filme.
Poster do filme Rockstar, da Warner Bros.
No filme, Chis Cole é vocalista do Blood Polution, banda cover do Steel Dragon (que são a maior referência em se tratando de heavy metal no filme, como o Judas Priest na vida real). Após problemas com a banda, o clássico vocalista Bobby Beers (papel de Jason Bonham) deixa o seu posto, o que leva a banda a fazer audições para substituí-lo. O guitarrista Kirk Cody (papel de Dominic West) vê Chris cantando através de um vídeo amador do show da sua banda e o chama para os testes. Depois de cantar a excelente We all Die Young (composta especialmente para o filme), Chris Cole assume os vocais da sua banda favorita, o Steel Dragon. O resto do filme quem se interessar irá descobrir por si só, perderia a graça se eu contasse.



O guitarrista Zakk Wylde (de Ozzy Osbourne e do Black Label Society) ajudou na composição das músicas, que foram cantadas por Jeff Scott Soto. A trilha-sonora de Rockstar é um show a parte, é quase como um personagem do filme. Além da citada We all Die Young, também fazem parte das "composições" do Steel Dragon: Blood Polution, Wasted Generation e Living the Life. Músicas do mais alto padrão, que acabaram não sendo aproveitadas por ninguém justamente por serem trilha-sonora do filme.



Outra mensagem importante que o filme trás é sobre caráter, não devemos deixar de ser nós mesmos em momento algum, ou, iremos realizar nossas conquistas de forma infeliz. O filme Rockstar é uma excelente dica para quem quer fazer uma viagem pelo mundo das grandes turnês da década de 80, mas acima de tudo, é uma excelente dica para quem acredita que tudo é possível na vida. Portanto, acredite nos seus sonhos.

domingo, 12 de junho de 2011

Pure Rock: Os Brutos também amam


Hoje é dia dos namorados, uma data alegre e triste ao mesmo tempo, e como diz o velho ditado: "Os Brutos também amam". Foi pensando nisso que decidi dedicar esse "Pure Rock" às baladas românticas do Rock'N'Roll, mais especificamente do heavy metal. Para mostrar a todos que por trás de todo o peso de algumas bandas existem canções que qualquer um, mesmo não sendo fã de heavy metal, podem gostar. O objetivo aqui é mostrar o máximo de  músicas "desconhecidas", então vou omitir as já dissecadas baladas do Scorpions e Skid Row.

#1 - HammerFall - Dreams Come True (Crimson Thunder, 2002)
O HammerFall é uma banda de power metal da Suécia. Nesse que é o melhor álbum deles para mim, eles tiraram folga dos dragões e martelos em uma música e escreveram uma das melhores letras românticas que já vi. "Olhando para esses olhos, eu sei que estarei perdido e nunca mais me encontrarão", não precisa dizer mais nada. Essa é uma música que o HammerFall nunca tocou ao vivo, e acho que nunca vai tocar, mas mesmo assim, para mim é a melhor balada romântica de todo o heavy metal.



#2 - Kamelot - Don't you Cry (Karma, 2001)
Don't you Cry é uma excelente música do álbum Karma (2001), que é um dos melhores do Kamelot para mim. É normal para o Kamelot escrever músicas românticas, cada álbum seu tem no mínimo uma. De todas elas, Don't you Cry para mim é a melhor, gosto muito do instrumental e da letra também, parece com algo que estou vivendo no momento. Recentemente, o Kamelot incluiu ela nos seus shows, e para minha surpresa ela ficou muito boa ao vivo, e ainda mais com os fãs cantando junto.




#3 - Helloween - In the Middle of a Heartbeat (Master of the Rings, 1994)
Agora começamos com nossas surpresas. Depois de toda a velocidade dos Keeper of the Seven Keys I e II, o Helloween deu continuidade à sua fama no álbum Master of the Rings (1994), primeiro álbum com o vocalista Andi Deris. Mas a última música desse álbum reservava uma surpresa, a excelente In the Middle of a Heartbeat, porque todos nós podemos encontrar algo "no meio da batida do coração".




#4 - Judas Priest - Prisoner of your Eyes (Screaming for Vengeance, 1982)
E quem disse que os Deuses do Metal também não possuem coração? Não sei se por coincidência, mas a última faixa do Screaming for Vengeance (1982), deixa de lado a temática do álbum e fala de alguém que ficou "prisioneiro dos olhos" de outra pessoa. A letra não é lá essas coisas todas, mas como foi o Judas Priest quem escreveu, merece todo o nosso respeito. Porque não é todo dia que temos uma banda como o Judas falando de amor.




#5 - Angra - Bleeding Heart (Hunters and Prey, 2002)
Para finalizar, vamos homenagear essa banda brasileira que tão bem representou e ainda representa o nosso país no cenário mundial. A letra é fantástica, também, quando foi que Rafael Bittencourt escreveu algo ruim? O Angra incluiu ela nos seus shows nessa última turnê, não sei porque não tinham feito isso antes, ela ficou muito boa ao vivo. Enfim, não sei muito o que falar sobre ela, vamos apenas apreciar essa grande música do Angra.




Bom, esse foi mais um "Pure Rock", tentando sempre levar o Rock'N'Roll para vocês e tentando quebrar os muros do preconceito que ainda separam a maior parte das pessoas dele.

sábado, 11 de junho de 2011

Dica de álbum: Bittencourt Project - Brainworms I (2008)

capa do Brainworms I (2008).
 Eu não sei nem por onde começar. Poderia começar dizendo que esse é um grande álbum, com excelentes músicas e que não foi muito reconhecido pelos fãs. Mas, isso tudo é pouco. O Brainworms I (2008) foi um dos melhores álbuns que eu já escutei na minha vida. Sim, eu já escutei o Holy Diver (1983), do Dio, ou o Powerslave (1984), do Iron Maiden, e não, não sou louco em colocar esse álbum no mesmo patamar desses grandes clássicos da nossa música. Ele até mereceria entrar para a nossa "Galeria de Clássicos", mas acho que até o próprio Rafael Bittencourt não acharia apropriado.

Mas, como pode um álbum lançado em 2008 se tornar um clássico? A resposta é: qualidade. Para quem não sabe, o Bittencourt Project é um projeto solo do Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra e responsável por boa parte das composições da banda. 

Rafael Bittencourt no estúdio, gravando o Brainworms I (2008).

Bom, entre uma folga e outra ele continuou escrevendo músicas e as que não entraram para os álbuns do Angra ele incluiu em seu álbum, o Brainworms I (2008). E por incrível que pareça, esse álbum é melhor do que todos os álbuns do Angra juntos, eu sei, talvez tenha exagerado um pouco.

O que gosto é a diversidade sonora do álbum, todas as músicas possuem um estilo diferente, como se tivessem tido uma influência musical diferente. Não vou falar sobre cada música porque isso pareceria cansativo, vocês podem tirar suas conclusões escutando o álbum. Gostaria de chamar a atenção somente para minhas músicas favoritas: a primeira é Holding Back the Fire, que é uma lição de vida para mim, a letra é sensacional. E a outra é a faixa-bônus Nacib Veio, cantada em português e com uma sonoridade meio caipira.

Enfim, quem se interessar pelo álbum, eu recomendo a compra. Vocês podem encontrar ele à venda na DieHard, que é uma excelente loja da Galeria do Rock, em São Paulo/SP. 

Segue o set-list:

1.    "Dedicate my Soul" (Rafael Bittencourt) – 4:14
2.    "Holding Back the Fire" (Rafael Bittencourt) – 6:13
3.    "Torment of Fate" (Rafael Bittencourt) – 3:44
4.    "Dark Side of Love" (Rafael Bittencourt) – 5:05
5.    "Nightfly" (Rafael Bittencourt) – 6:21
6.    "The Underworld" (Rafael Bittencourt) – 4:50
7.    "Faded" (Rafael Bittencourt) – 5:15
8.    "Santa Teresa" (Rafael Bittencourt) – 5:04
9.    "O Pastor" (Madredeus) - 5:46
10.   "Comendo Melancia" (Rafael Bittencourt) - 4:39
11.   "Primeiro Amor" (Rafael Bittencourt) -2:44
12.   "Nacib Veio" (Rafael Bittencourt) - 4:53

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O mercado da coleção

Não é de hoje a música é um dos mercados mais lucrativos no mundo. Eu li uma vez que de 30 artistas investidos por uma determinada gravadora, se 1 fizer sucesso, paga o gasto com os outros 29 e ainda dá lucro. São muitas as formas de ganhar dinheiro: clipes, rádio, shows, etc.

Mas, ultimamente as gravadoras têm apostado em um mercado seleto, que não é muito grande, mas que dá muito lucro. O mercado da coleção. Cada vez mais vemos bandas lançando versões especiais de seus álbuns justamente para o público que coleciona ítens.

O que mais me impressiona é a qualidade dos ítens, e ainda mais a criatividade das gravadoras com cada um deles. Eles variam de simples versões digipak à versões com um alto grau de luxo, isso tudo, claro, é refletido no preço e ainda melhor, na raridade do produto.

Como colecionador, já pude ver muitos ítens interessantes, mas só "ver", nunca tive a oportunidade de comprá-los. Mas, mesmo assim esses ítens têm o seu valor, e vou compartilhar alguns dos que tive a oportunidade de ver com vocês.

As versões digipak's são as mais fáceis de achar porque quase sempre são lançadas no Brasil, e mesmo sendo um pouco mais baratas que as demais versões para colecionadores, ela ainda possui o seu charme.

Versão digipak da edição de aniversário do British Steel (1982), grande clássico do Judas Priest. Essa versão vem com um DVD e um CD de bônus, contendo um show do Judas Priest realizado nos Estados Unidos, onde todo o álbum British Steel (1982) foi executado.

O céu é o limite para as gravadoras, nos dias de hoje além de discos ou DVD's de bônus as versões especiais vêm com uma série de souvenirs, que vão desde simples pôsters a estátuas em minuatura.

Edição de luxo do Nostradamus (2008), do Judas Priest. Essa versão vem com um livro que conta toda a história por trás do álbum.
Edição de luxo do Back Through Time (2011), novo álbum dos piratas do Alestorm. Além da embalagem que faz lembrar um baú do tesouro, a versão conta com um colar de brinde.
O que estamos presenciando hoje em dia é o relançamento de grandes clássicos da música em versões super-luxo também. Isto está acontecendo com o Pink Floyd, que anunciou o relançamento do Dark Side of the Moon (1973) em uma versão muito especial, com muito material extra.
Versão super luxo do Dark Side of the Moon (1973), do Pink Floyd. Esse produto será lançado em outubro, e já está sendo bastante aguardado por todos, inclusive por esse que vos escreve.
E um dos lançamentos mais interessantes que eu pude ver foi o box do Roots (1996), grande álbum do Sepultura. A banda literalmente nos deu um baú de coisas, para voltarmos para nossas raízes.
Versão mega luxo ("super" é pouco para ela) do Roots (1996), do Sepultura. Além do CD, o box conta com vários ítens interessantes, como aqueles pequenos potes acima do CD (desconheço o conteúdo dos mesmos) e um colar indígena.
Outro fenômeno que estamos presenciando é a volta dos antigos "bolachões" (como meu pai gosta de chamar). Cada vez mais as bandas estão lançando seus novos trabalhos também em vinyl, e isso abriu espaço para uma nova categoria de ítens de colecionador, os Picture Disc's. Essas versões sempre são muito caras, por dois motivos: primeiro porque raramente são lançadas no Brasil e segundo porque as gravadoras capricham na riqueza de detalhes do produto. O Iron Maiden é uma banda que ultimamente tem lançado seus trabalhos sempre em picture disc também, além do já tradicional CD.

Versão do Final Frontier (2010), último álbum de estúdio do Iron Maiden, em vinyl.
Versão em vinyl triplo do From Fear to Eternity (2011), nova coletânea de músicas do Iron Maiden, que tem lançamento previsto agora para o mês de junho.
O potencial do Brasil nisso tudo está na mira das gravadoras, sorte nossa, porque mais ítens especiais estão chegando ao nosso país. Uma prova disso é o Ozzy Osbourne, que lançou uma versão exclusiva para o Brasil do seu último álbum.
Edição especial do Brasil do Scream (2010), último álbum do Ozzy Osbourne. Essa foto foi tirada do meu celular, por isso está ruim. A capa original do álbum tem Ozzy segurando uma bandeira preta, a Sony brilhantemente usou essa capa para lançar versões especiais de Ozzy segurando várias bandeiras, a do Brasil foi uma delas.
Esse mercado está mostrando o seu valor e está crescendo cada vez mais, e o melhor, as gravadoras sabem disso. Então, vamos ver até onde a criatividade delas irá nos levar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Nós também fazemos covers pt. II

A maioria dos covers são feitos para homenagear uma determinada banda, mas conheço um cover que foi feito justamente para fazer raiva.

Isso mesmo, e as vítimas foram os "folk" Simon & Garfunkel. Um dia um deles, não lembro qual, deu uma declaração na imprensa dizendo que odiava qualquer tipo que rock pesado (ou "derivado" do metal), e junto das declarações vieram muitos insultos ao estilo. E foi justamente depois de ver tudo isso que o Nevermore, uma das bandas mais pesadas que eu conheço, decidiu fazer um cover de alguma música do Simon & Garfunkel. Mas, não era um simples cover, a intenção era distorcer completamente, em outras palavras, deixar ela com cara de uma música de heavy metal.

A música escolhida foi a clássica The Sound of Silence. A sua melodia calma e bonita foi completamente distorcida, as músicas falam por si só. Veja agora a versão original de Simon & Garfunkel:



Agora a versão "protesto" do Nevermore:



Por incrível que pareça, as duas músicas são as mesmas. Eu mesmo demorei um pouco para acreditar.